Capitulo 10
O FILHO DO MAL
“Será uma víbora e terá o nome de um santo, preto e vermelho será
o seu manto.
As suas línguas serão bifurcadas e no tempo trocará muitas mudas.
Ódio, avareza e Babilônia serão a sua lei, trocada por amor pela
miserável grei.
Tribo de Dan, eis o teu filho amado!
Vermelha maldade: o mundo todo tens envenenado.
Quando se acrescentar o um ao cinco no firmamento,
estará para chegar o grande momento.
Filho do mal, língua maligna,
serás queimado como a erva daninha!”
Mago Ladino
A
persistência deu resultado, após alguns minutos o Papa e o Chefe da Guarda
estavam diante da porta de entrada da Sala Sagrada.
-
Parece que estamos diante de uma porta. – falou o Chefe da Guarda apontando a
luminosidade do celular para a parede diante de seus olhos.
-
Espere vou destravar a porta. – disse o Papa tentando colocar um de seus anéis
no que parecia ser algum tipo de fechadura.
O
Chefe da guarda tomou a iniciativa novamente tentando com o celular acompanhar
as mãos do Santo Padre na tentativa de destravar a porta.
Quando o
Papa retornou de sua viagem a sua terra natal o seu pontificado já parecia
estar completando vários anos dado o cansaço que estava sentindo. Foi então que
o Pontífice resolveu tirar alguns dias de férias, mas não antes de receber
líderes de vários países tentando o apoio de Sua Santidade para que se fossem
criadas novas instituições mundiais que teriam assim capacidade de enfrentar a
maior crise financeira da historia.
Todos
estavam reunidos como numa enorme conferencia e um dos lideres se destacava com
ideias inovadoras para um político que ainda era desconhecido pela maioria.
Tinha voz eloquente e transmitia suas impressões sobre tudo que estava
acontecendo com uma clareza descomunal. Bem vestido, trajava um terno negro
impecável e uma gravata vermelha que fazia com que ele se destacasse de longe.
Logo o líder
do Trono de Pedro percebeu que aqueles homens estavam ali apenas para
legitimarem o que já tinham decidido. Era nítido que tudo já estava resolvido,
o que eles queriam era centralizar de alguma maneira todas as formas de governo
numa mesma liderança. A criação de um governo mundial, de um banco mundial,
etc. E para agradar insinuavam que talvez uma religião mundial também fosse uma
boa forma de melhorar o mundo. Só que eles já possuíam sua própria religião: o
egocentrismo.
Depois de
algumas horas quando tudo terminou todos se dirigiam ao Sumo Pontífice para pedir
a sua benção. Foi quando o ainda desconhecido politico se posicionou diante do
Papa. Não se curvou como os lideres católicos, não estendeu a mão como outros
políticos, olhou profundamente nos olhos do Pontífice como que o desafiando
para um combate. Parecia um encontro de adversários.
Já o Papa
tentou olhar para dentro daquele homem. Foi quando sentiu uma sombra sobre a
cabeça daquele que se apresentava como seu opositor. Um frio correu-lhe pela
espinha e uma sensação desagradável tomou conta de seu corpo. Sua mente
procurou vasculhar algo sobre aquele personagem e começou a sentir um
desconforto como se sua pressão arterial tivesse se alterado repentinamente.
O homem de
preto e vermelho disfarçou o acontecimento e estendeu a mão ao Pontífice com um
sorriso enorme que começou pelo canto do rosto. O Papa se quer conseguia
estender sua mão para o cumprimento. Seu secretário logo percebendo o mal estar
do Pontífice o amparou segurando o seu braço esquerdo, enquanto isso o Papa
estendeu sua mão e ao tocar o homem viu perfeitamente o vulto que o
acompanhava.
O filho do
mal estava presente. A Besta.
- Santidade o
senhor está cansado, precisamos nos retirar. – disse o seu secretário já o
conduzindo pelo braço para fora do ambiente e completou – por favor, nos
desculpem, mas precisamos nos retirar para o descanso de Sua Santidade.
Sem maiores
alardes, levaram rapidamente o Papa para os seus aposentos e logo chamaram seu
médico pessoal.
- Aconteceu
algo Santidade? Sua pressão arterial está disparada.
- Deve ser o
cansaço Doutor, estou me sentindo estafado.
- Vou precisar
medica-lo e sugiro que Vossa Santidade diminua de alguma forma a quantidade de
trabalho.
- Vou tirar
um período de férias. – disse o Papa falando também para o seu secretário que
acompanhava tudo.
- É uma
ótima ideia Santidade com certeza lhe fará um bem maior que os remédios que vou
lhe indicar. De qualquer forma enquanto estiver aqui no Vaticano vou acompanhar
de perto a vossa saúde.
Nem sempre
nossas escolhas, são nossas próprias escolhas.
As
audiências não parariam de acontecer com tantos acontecimentos e mesmo assim a
disposição do Santo Padre havia reaparecido e voltou a enfrentar toda a sua
agenda com força e disposição.
Antes de sair definitivamente de férias o Papa
convidou o monge Miguel para lhe acompanhar. Pediu para que ele reunisse todas
as informações possíveis, pois o seu descanso seria na tentativa de
definitivamente desvendar os enigmas que vinham acompanhando esse seu ainda
curto pontificado.
Parabéns Dirceu, comecei a ler e não consegui parar. Isso é um excelente sinal. Escreve muito bem! Adorei
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