sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Capitulo 10 - O FILHO DO MAL



Capitulo 10
O FILHO DO MAL
                                                                                                                            
            



“Será uma víbora e terá o nome de um santo, preto e vermelho será o seu manto.
As suas línguas serão bifurcadas e no tempo trocará muitas mudas.
Ódio, avareza e Babilônia serão a sua lei, trocada por amor pela miserável grei.
Tribo de Dan, eis o teu filho amado!
Vermelha maldade: o mundo todo tens envenenado.
Quando se acrescentar o um ao cinco no firmamento,
estará para chegar o grande momento.
Filho do mal, língua maligna,
serás queimado como a erva daninha!”
                                                                               Mago Ladino                     
  


A persistência deu resultado, após alguns minutos o Papa e o Chefe da Guarda estavam diante da porta de entrada da Sala Sagrada.
- Parece que estamos diante de uma porta. – falou o Chefe da Guarda apontando a luminosidade do celular para a parede diante de seus olhos.
- Espere vou destravar a porta. – disse o Papa tentando colocar um de seus anéis no que parecia ser algum tipo de fechadura.
O Chefe da guarda tomou a iniciativa novamente tentando com o celular acompanhar as mãos do Santo Padre na tentativa de destravar a porta.


Quando o Papa retornou de sua viagem a sua terra natal o seu pontificado já parecia estar completando vários anos dado o cansaço que estava sentindo. Foi então que o Pontífice resolveu tirar alguns dias de férias, mas não antes de receber líderes de vários países tentando o apoio de Sua Santidade para que se fossem criadas novas instituições mundiais que teriam assim capacidade de enfrentar a maior crise financeira da historia.
Todos estavam reunidos como numa enorme conferencia e um dos lideres se destacava com ideias inovadoras para um político que ainda era desconhecido pela maioria. Tinha voz eloquente e transmitia suas impressões sobre tudo que estava acontecendo com uma clareza descomunal. Bem vestido, trajava um terno negro impecável e uma gravata vermelha que fazia com que ele se destacasse de longe.
Logo o líder do Trono de Pedro percebeu que aqueles homens estavam ali apenas para legitimarem o que já tinham decidido. Era nítido que tudo já estava resolvido, o que eles queriam era centralizar de alguma maneira todas as formas de governo numa mesma liderança. A criação de um governo mundial, de um banco mundial, etc. E para agradar insinuavam que talvez uma religião mundial também fosse uma boa forma de melhorar o mundo. Só que eles já possuíam sua própria religião: o egocentrismo.
Depois de algumas horas quando tudo terminou todos se dirigiam ao Sumo Pontífice para pedir a sua benção. Foi quando o ainda desconhecido politico se posicionou diante do Papa. Não se curvou como os lideres católicos, não estendeu a mão como outros políticos, olhou profundamente nos olhos do Pontífice como que o desafiando para um combate. Parecia um encontro de adversários.
Já o Papa tentou olhar para dentro daquele homem. Foi quando sentiu uma sombra sobre a cabeça daquele que se apresentava como seu opositor. Um frio correu-lhe pela espinha e uma sensação desagradável tomou conta de seu corpo. Sua mente procurou vasculhar algo sobre aquele personagem e começou a sentir um desconforto como se sua pressão arterial tivesse se alterado repentinamente.


O homem de preto e vermelho disfarçou o acontecimento e estendeu a mão ao Pontífice com um sorriso enorme que começou pelo canto do rosto. O Papa se quer conseguia estender sua mão para o cumprimento. Seu secretário logo percebendo o mal estar do Pontífice o amparou segurando o seu braço esquerdo, enquanto isso o Papa estendeu sua mão e ao tocar o homem viu perfeitamente o vulto que o acompanhava.
O filho do mal estava presente. A Besta.
- Santidade o senhor está cansado, precisamos nos retirar. – disse o seu secretário já o conduzindo pelo braço para fora do ambiente e completou – por favor, nos desculpem, mas precisamos nos retirar para o descanso de Sua Santidade.
Sem maiores alardes, levaram rapidamente o Papa para os seus aposentos e logo chamaram seu médico pessoal.
- Aconteceu algo Santidade? Sua pressão arterial está disparada.
- Deve ser o cansaço Doutor, estou me sentindo estafado.
- Vou precisar medica-lo e sugiro que Vossa Santidade diminua de alguma forma a quantidade de trabalho.
- Vou tirar um período de férias. – disse o Papa falando também para o seu secretário que acompanhava tudo.
- É uma ótima ideia Santidade com certeza lhe fará um bem maior que os remédios que vou lhe indicar. De qualquer forma enquanto estiver aqui no Vaticano vou acompanhar de perto a vossa saúde.
Nem sempre nossas escolhas, são nossas próprias escolhas.
As audiências não parariam de acontecer com tantos acontecimentos e mesmo assim a disposição do Santo Padre havia reaparecido e voltou a enfrentar toda a sua agenda com força e disposição.
 Antes de sair definitivamente de férias o Papa convidou o monge Miguel para lhe acompanhar. Pediu para que ele reunisse todas as informações possíveis, pois o seu descanso seria na tentativa de definitivamente desvendar os enigmas que vinham acompanhando esse seu ainda curto pontificado.



Um comentário:

  1. Parabéns Dirceu, comecei a ler e não consegui parar. Isso é um excelente sinal. Escreve muito bem! Adorei

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