quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Capítulo 3 - O ESCOLHIDO



Capitulo 03
O ESCOLHIDO

”Estás predestinado a ser rodeado por muitas adversidades. Tens o nome de uma pedra. E és uma pedra larga e delgada. Cairás sob o castigo que quebrou todos os impérios. E a sua sabedoria, no final dos tempos, será definida como loucura.”
                                              Paracelso


Um grande estrondo pôde ser ouvido e sentido ao mesmo tempo, o palácio tremera e o Chefe da Guarda Suíça apoiou o Santo Padre para que ele não caísse. Só assim a atenção do Papa aparentemente tinha voltado para tudo aquilo que o cercava. Apenas aparentemente, pois o transe não havia terminado.



Seus estudos foram completados em Roma e novamente o destino agiu. Por causa do seu brilhantismo teológico ele seria convidado para conhecer o Vaticano e sua estrutura. Foi nesse dia que conheceu o Arcebispo que se tornaria o Papa e que o antecederia no Trono de Pedro antes do Papa Francisco.
O padre ainda era muito jovem quando viu pela primeira vez o todo poderoso Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé que se tornaria o Papa Olivetano. Conhecia todos os artigos escritos por aquele homem, se sentia honrado em poder estar diante daquele que tanto admirava. O Prefeito parecia a seu ver de longe um homem severo de um sorriso enigmático. Isso se confirmaria também de perto.
Conversaram apenas por alguns minutos e apesar da diferença de idade como também de carisma, algo os uniu. Talvez um sentido fervoroso de caminhar pela fé, o padre naquele breve momento não compreenderia o que poderia ser aquilo, só depois percebeu a mão do destino guiando seus caminhos.
Quando saiu da presença do então Prefeito da Congregação e caminhava pelos corredores foi relembrado de sua missão episcopal.
Aproximou-se repentinamente um monge beneditino e lhe disse:
- Padre me acompanhe por alguns instantes pelos corredores.
- Quem é você irmão? – perguntou o visitante.
- Como você mesmo o disse sou um irmão padre, por favor, me acompanhe.
Os corredores eram imensos e intermináveis, quando parecia estar chegando ao fim de um deles o monge seguia de forma com que aparecesse um novo caminho, parecia que estava sendo perseguido. Não tirou o capuz em nenhum momento e continuo agora dizendo bem baixo para não ser ouvido pelas paredes:
- O Prefeito sucederá o nosso Papa atual e mesmo antes disso acontecer padre, o senhor será designado Bispo, depois Arcebispo de uma das maiores Arquidioceses católica romana do mundo.
- Porque está me dizendo isso irmão?
- O senhor precisa querer viver o seu destino padre.
 - Não entendo porque um humilde padre pode querer desejar tudo isso, irmão.
- São os desígnios de Deus, Santo Padre.
- Porque me chamas de Santo Padre?
- Padre, você sucederá nosso prefeito no Trono de Pedro.
- Do que você está falando!
- Preciso ir. O senhor siga até o fim do corredor e vire a direita lá encontrará o seu caminho.
 Quando o padre voltou seus olhos novamente para o monge após olhar para o fim do corredor, ele estava com a mão numa espécie de amuleto e parecia pedir proteção. Não era uma cruz como podia se esperar, era redondo e nele podia se ver um sol. Aquele símbolo novamente atravessava o destino do padre e agora ele não podia deixar de perguntar sobre aquilo:
- Espere, o que é esse símbolo? Você é realmente um monge? Quem está por trás de tudo isso?
- No momento certo Reverendíssimo. – disse o monge e saiu correndo apressado pelos infindáveis corredores do prédio.
O padre estava novamente diante daquele enigma. Só que agora poderia correr atrás daquilo que estava acontecendo e o fez. Acompanhou o monge ainda que de longe por um dos corredores e quando ele entrou numa daquelas tantas salas também fez o mesmo. Tinha sido rápido, mas novamente não o bastante. O monge não estava na sala.
- Você está por aí? – disse o padre falando para a sala vazia.
O silencio apareceu como resposta. O padre imaginou que pudesse haver algum tipo de passagem secreta. Caminhou lentamente pelos cantos da sala querendo encontrar alguma resposta e nada. Ficou preocupado também imaginando que se alguém o encontrasse naquele lugar não entenderia o que ele poderia estar fazendo.
Restou ao padre caminhar na direção da porta que o levaria novamente ao corredor. Seguiu pelo caminho apontado pelo monge antes de desaparecer diante dos seus olhos e se deparou com a saída do prédio.

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