Capitulo 12
O CORAÇÃO DO VATICANO
A ansiedade dominou a todos e todos se reuniram em volta do Santo
Padre para defendê-lo e assisti-lo em suas necessidades. Naquele momento
apareceram dois anjos portando um estandarte que foram apresentar ao Santo
Padre dizendo:
- Recebe a bandeira daquela que combate e dispersa os exércitos
mais fortes da Terra. Os teus inimigos desapareceram, os teus filhos invocam
teu retorno com lágrimas e suspiros.
Levantando-se o olhar para o estandarte, via-se inscrito, de um
lado, Regina sine labe concepta(Rainha sem pecado concebida) e, do outro,
Auxilium Christianorum(Auxílio dos Cristãos). O Santo Padre pegou com alegria o
estandarte, mas vendo o pequeno numero de pessoas que haviam sobrado a sua
volta, mostrou-se muito aflito. Os dois anjos acrescentaram:
Vai logo consolar os teus filhos. Escreve aos teus irmãos
dispersos nas várias partes do mundo que é necessário fazer uma reforme dos
costumes e dos homens. Isso não poderá ser alcançado se não partindo para as
populações o pão da Palavra Divina.
Dom Bosco
Quando
o Papa e o Chefe da Guarda adaptaram-se melhor naquela pequena sala, as
perguntas voltaram com toda a força:
-
Santidade, afinal onde estamos? Que lugar é este?
-
Estamos no coração do Vaticano.
-
No coração!
-
Sim, aqui está toda a energia central do Vaticano.
Ao encerrar
suas orações diante do grande lago de Castel Gandolfo, o Santo Padre foi
convidado por seu secretário para o primeiro almoço de suas férias.
- Santidade,
o almoço está pronto podemos servir?
- Sim
secretário e, por favor, convide todos que nos acompanharam nessa nossa viagem
para almoçarmos juntos.
- Todos
Santidade?
- Isso
mesmo, claro que só aqueles que quiserem. – respondeu o Santo Padre com um
sorriso aberto.
- Vamos
precisar então de algum tempo a mais para ajeitarmos todas as coisas de forma
que possamos servir a todos.
- Sem
problemas, vamos lá gostaria de ajudar de alguma forma.
- Não se
preocupe Santidade nós vamos dar um jeito nisso.
E realmente
isso aconteceu, quando o Papa sentou-se a mesa para almoçar lá estavam quase
todos que o acompanhavam. No entanto, ele sentiu falta de alguém.
- Onde está
Dona Marta?
Dona Marta
era a cozinheira que tinha vindo da terra natal do Pontífice para o acompanhar
em sua alimentação, estivesse onde ele estivesse.
- Ela não
quis vir Santidade. – disse o secretário.
Então o Papa
se levantou e se dirigiu a cozinha do palácio.
- Dona Marta,
vamos almoçar juntos.
- Santidade,
isso me envergonha – disse a mulher muito preocupada com aquele convite.
- Nada
disso. – falou o Papa segurando o braço de sua cozinheira com imenso carinho.
Ela teve que
se convencer daquilo e sentou ao lado direito do Pontífice. Quando todos
estavam reunidos começaram a se servir e a alegria logo tomou conta de cada
coração.
Aquela tarde
foi um dos dias mais felizes da história da vida daquele homem que tinha a
missão de levar o seu grande povo para um novo tempo. Todos naquela mesa
pareciam fazer parte de um mesmo sentido de uma mesma direção.
Ao encerrar
o almoço coletivo o Santo Padre, retirou-se para descansar. Foi conhecer o
quarto reservado para a sua estada no Castelo. Era um ambiente tranquilo e
tinha uma visão maravilhosa de todo ambiente ao redor das edificações.
O Papa
depois de retirar a sua roupa formal e colocar uma roupa mais leve começou
realmente a se sentir um pouco mais relaxado. Quis ler um livro para passar um
pouco o tempo e percebeu que em uma pequena estante no quarto. Feita de madeira
escura tinha um acabamento formidável e nela vários livros. O Pontífice então
se aproximou em busca de visualizar os títulos e então escolher um deles para
ler apenas como uma distração para a mente.
Interessante
que naquela pequena coleção só existiam livros de profecias. Desde as profecias
do antigo testamento na Bíblia até profecias mais contemporâneas, e não apenas
católicas como também de outras religiões.
O Santo
Padre então ainda apenas por curiosidade pegou um dos livros e ele era uma
espécie de compendio da vida e das profecias de vários homens de seu tempo.
Começou a folhear uma das primeiras páginas e logo de inicio leu uma citação do
livro bíblico de Amós:
“Pois o
Senhor Deus não faz coisa alguma sem revelar seu segredo a seus servos, os
profetas.” (Amós 3:7).
A frase fez
O Papa retomar o olhar para todos aqueles livros diante de seus olhos e
imaginar que provavelmente alguns de seus antecessores tinham de alguma forma
consultado toda aquela coleção de profecias.
Ao continuar
a leitura quase no final, o Santo Padre encontrou uma relação que continha o
nome dos livros, o nome do profeta e como referencia a página anotada. Ficou
curioso com aquilo. De quem seria aquela letra? Talvez o Papa que lhe
antecedera, quem sabe! Ou talvez ainda um outro, que por ventura estivesse já
repassando essa procura. Olhou então bem no começo do livro tentando achar o
ano da publicação e aparentemente não encontrou. Voltou a relação manuscrita
encontrada e procurou um dos livros que ali estava anotado. Encontrou e buscou
a página anotada na relação, nela o profeta se referia nitidamente a
acontecimentos relacionados a um papado. Pegou então outro livro e foi olhar a
outra anotação e novamente outra profecia relacionada agora ao que parecia ser
um Pontífice que seria atingido mortalmente.
A curiosidade
tirou o Santo Padre de seu descanso. Começou a olhar anotação por anotação,
profecia por profecia. Uma delas fez com que algo o identificasse com toda
aquela situação. Um profeta do século XIX, chamado Dom Bosco. No livro
localizado falava-se um pouco de sua vida. Nascera de uma família bem modesta
em uma cidade perto de Turim no norte da Itália. Em sua infância perdera seu
pai e isso o fizera passar com sua mãe enormes dificuldades. Foi ainda criança
quando começou a ter sonhos proféticos e num deles um personagem trajado com
uma longa capa branca lhe dava conselhos. Tornou-se sacerdote e durante todo o
seu oficio procurou se dedicar a instituições assistenciais principalmente com
jovens e a viver durante toda a sua vida em contato com suas vidências. Uma delas
estava completamente grifada por quem reuniu todos aqueles livros ou por alguém
que as tenha lido e o sonho do profeta era relato da seguinte forma:
“Era uma noite escura, os homens já não podiam
distinguir qual fosse o caminho a ser seguido para voltar sobre os próprios
passos, quando apareceu no céu uma luz fortíssima que iluminava as passadas dos
viajantes como se fosse pleno dia. Naquele momento, viu-se uma multidão de
homens, mulheres, velhos, crianças, monges, monjas e sacerdotes, tendo a frente
o Santo Padre, sair do Vaticano ordenando-se como se fosse uma procissão. Mas
sobreveio um temporal furioso que, obscurecendo um pouco da claridade, parecia
travar uma batalha entre luz e trevas.
Nesse meio
tempo, chegou-se a uma pequena praça coberta de mortos e feridos, vários dos
quais pediam conforto insistentemente. Depois de ter caminhado por um espaço
correspondente a duzentos nasceres do sol, cada um percebeu que não estava em
Roma. A ansiedade dominou a todos e todos se reuniram em volta do Santo Padre para
defendê-lo e assisti-lo em suas necessidades. Naquele momento apareceram dois
anjos portando um estandarte que foram apresentar ao Santo Padre, dizendo:
- Recebe a
bandeira daquela que combate e dispensa os exércitos mais fortes da Terra. Os
teus inimigos desapareceram, os teus filhos invocaram teu retorno com lágrimas
e suspiros.
Levantando-se
o olhar para o estandarte, via-se escrito, de um lado, Regina sine labe
concepta e, do outro, Auxilium Christianorum. O Santo Padre pegou com alegria o
estandarte, mas, vendo o pequeno numero de pessoas que haviam sobrado à sua
volta, mostrou-se muito aflito. Os dois anjos acrescentaram:
- Vai logo
consolar os teus filhos. Escreve aos teus irmãos dispersos nas várias partes do
mundo que é necessário fazer uma reforma dos costumes e dos homens.
Isso não
poderá ser alcançado senão partindo para as populações o pão da Palavra Divina.
”
O Pontífice
leu e releu varias vezes e sentiu que aquilo parecia ter sido escrito para ele
e sua missão pessoal. Parecia estar claro que ele de alguma forma teria que
sair do Vaticano e num outro momento voltaria para Roma na tentativa de
restabelecer o poder religioso.
‘Seja feita
Vossa Vontade, meu Senhor e meu Deus’. – pronunciou o Papa para dentro de si
mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário