segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Capitulo 12 - O CORAÇÃO DO VATICANO


Capitulo 12
O CORAÇÃO DO VATICANO
                                                                                                                            
            



A ansiedade dominou a todos e todos se reuniram em volta do Santo Padre para defendê-lo e assisti-lo em suas necessidades. Naquele momento apareceram dois anjos portando um estandarte que foram apresentar ao Santo Padre dizendo:
- Recebe a bandeira daquela que combate e dispersa os exércitos mais fortes da Terra. Os teus inimigos desapareceram, os teus filhos invocam teu retorno com lágrimas e suspiros.
Levantando-se o olhar para o estandarte, via-se inscrito, de um lado, Regina sine labe concepta(Rainha sem pecado concebida) e, do outro, Auxilium Christianorum(Auxílio dos Cristãos). O Santo Padre pegou com alegria o estandarte, mas vendo o pequeno numero de pessoas que haviam sobrado a sua volta, mostrou-se muito aflito. Os dois anjos acrescentaram:
Vai logo consolar os teus filhos. Escreve aos teus irmãos dispersos nas várias partes do mundo que é necessário fazer uma reforme dos costumes e dos homens. Isso não poderá ser alcançado se não partindo para as populações o pão da Palavra Divina.
                                                           Dom Bosco                 
  


Quando o Papa e o Chefe da Guarda adaptaram-se melhor naquela pequena sala, as perguntas voltaram com toda a força:
- Santidade, afinal onde estamos? Que lugar é este?
- Estamos no coração do Vaticano.
- No coração!
- Sim, aqui está toda a energia central do Vaticano.



Ao encerrar suas orações diante do grande lago de Castel Gandolfo, o Santo Padre foi convidado por seu secretário para o primeiro almoço de suas férias.
- Santidade, o almoço está pronto podemos servir?
- Sim secretário e, por favor, convide todos que nos acompanharam nessa nossa viagem para almoçarmos juntos.
- Todos Santidade?
- Isso mesmo, claro que só aqueles que quiserem. – respondeu o Santo Padre com um sorriso aberto.
- Vamos precisar então de algum tempo a mais para ajeitarmos todas as coisas de forma que possamos servir a todos.
- Sem problemas, vamos lá gostaria de ajudar de alguma forma.
- Não se preocupe Santidade nós vamos dar um jeito nisso.
E realmente isso aconteceu, quando o Papa sentou-se a mesa para almoçar lá estavam quase todos que o acompanhavam. No entanto, ele sentiu falta de alguém.
- Onde está Dona Marta?
Dona Marta era a cozinheira que tinha vindo da terra natal do Pontífice para o acompanhar em sua alimentação, estivesse onde ele estivesse.
- Ela não quis vir Santidade. – disse o secretário.
Então o Papa se levantou e se dirigiu a cozinha do palácio.
- Dona Marta, vamos almoçar juntos.
- Santidade, isso me envergonha – disse a mulher muito preocupada com aquele convite.
- Nada disso. – falou o Papa segurando o braço de sua cozinheira com imenso carinho.
Ela teve que se convencer daquilo e sentou ao lado direito do Pontífice. Quando todos estavam reunidos começaram a se servir e a alegria logo tomou conta de cada coração.
Aquela tarde foi um dos dias mais felizes da história da vida daquele homem que tinha a missão de levar o seu grande povo para um novo tempo. Todos naquela mesa pareciam fazer parte de um mesmo sentido de uma mesma direção.
Ao encerrar o almoço coletivo o Santo Padre, retirou-se para descansar. Foi conhecer o quarto reservado para a sua estada no Castelo. Era um ambiente tranquilo e tinha uma visão maravilhosa de todo ambiente ao redor das edificações.
O Papa depois de retirar a sua roupa formal e colocar uma roupa mais leve começou realmente a se sentir um pouco mais relaxado. Quis ler um livro para passar um pouco o tempo e percebeu que em uma pequena estante no quarto. Feita de madeira escura tinha um acabamento formidável e nela vários livros. O Pontífice então se aproximou em busca de visualizar os títulos e então escolher um deles para ler apenas como uma distração para a mente.
Interessante que naquela pequena coleção só existiam livros de profecias. Desde as profecias do antigo testamento na Bíblia até profecias mais contemporâneas, e não apenas católicas como também de outras religiões.
O Santo Padre então ainda apenas por curiosidade pegou um dos livros e ele era uma espécie de compendio da vida e das profecias de vários homens de seu tempo. Começou a folhear uma das primeiras páginas e logo de inicio leu uma citação do livro bíblico de Amós:
“Pois o Senhor Deus não faz coisa alguma sem revelar seu segredo a seus servos, os profetas.” (Amós 3:7).
A frase fez O Papa retomar o olhar para todos aqueles livros diante de seus olhos e imaginar que provavelmente alguns de seus antecessores tinham de alguma forma consultado toda aquela coleção de profecias.
Ao continuar a leitura quase no final, o Santo Padre encontrou uma relação que continha o nome dos livros, o nome do profeta e como referencia a página anotada. Ficou curioso com aquilo. De quem seria aquela letra? Talvez o Papa que lhe antecedera, quem sabe! Ou talvez ainda um outro, que por ventura estivesse já repassando essa procura. Olhou então bem no começo do livro tentando achar o ano da publicação e aparentemente não encontrou. Voltou a relação manuscrita encontrada e procurou um dos livros que ali estava anotado. Encontrou e buscou a página anotada na relação, nela o profeta se referia nitidamente a acontecimentos relacionados a um papado. Pegou então outro livro e foi olhar a outra anotação e novamente outra profecia relacionada agora ao que parecia ser um Pontífice que seria atingido mortalmente.
A curiosidade tirou o Santo Padre de seu descanso. Começou a olhar anotação por anotação, profecia por profecia. Uma delas fez com que algo o identificasse com toda aquela situação. Um profeta do século XIX, chamado Dom Bosco. No livro localizado falava-se um pouco de sua vida. Nascera de uma família bem modesta em uma cidade perto de Turim no norte da Itália. Em sua infância perdera seu pai e isso o fizera passar com sua mãe enormes dificuldades. Foi ainda criança quando começou a ter sonhos proféticos e num deles um personagem trajado com uma longa capa branca lhe dava conselhos. Tornou-se sacerdote e durante todo o seu oficio procurou se dedicar a instituições assistenciais principalmente com jovens e a viver durante toda a sua vida em contato com suas vidências. Uma delas estava completamente grifada por quem reuniu todos aqueles livros ou por alguém que as tenha lido e o sonho do profeta era relato da seguinte forma:
 “Era uma noite escura, os homens já não podiam distinguir qual fosse o caminho a ser seguido para voltar sobre os próprios passos, quando apareceu no céu uma luz fortíssima que iluminava as passadas dos viajantes como se fosse pleno dia. Naquele momento, viu-se uma multidão de homens, mulheres, velhos, crianças, monges, monjas e sacerdotes, tendo a frente o Santo Padre, sair do Vaticano ordenando-se como se fosse uma procissão. Mas sobreveio um temporal furioso que, obscurecendo um pouco da claridade, parecia travar uma batalha entre luz e trevas.
Nesse meio tempo, chegou-se a uma pequena praça coberta de mortos e feridos, vários dos quais pediam conforto insistentemente. Depois de ter caminhado por um espaço correspondente a duzentos nasceres do sol, cada um percebeu que não estava em Roma. A ansiedade dominou a todos e todos se reuniram em volta do Santo Padre para defendê-lo e assisti-lo em suas necessidades. Naquele momento apareceram dois anjos portando um estandarte que foram apresentar ao Santo Padre, dizendo:
- Recebe a bandeira daquela que combate e dispensa os exércitos mais fortes da Terra. Os teus inimigos desapareceram, os teus filhos invocaram teu retorno com lágrimas e suspiros.
Levantando-se o olhar para o estandarte, via-se escrito, de um lado, Regina sine labe concepta e, do outro, Auxilium Christianorum. O Santo Padre pegou com alegria o estandarte, mas, vendo o pequeno numero de pessoas que haviam sobrado à sua volta, mostrou-se muito aflito. Os dois anjos acrescentaram:
- Vai logo consolar os teus filhos. Escreve aos teus irmãos dispersos nas várias partes do mundo que é necessário fazer uma reforma dos costumes e dos homens.
Isso não poderá ser alcançado senão partindo para as populações o pão da Palavra Divina. ”
O Pontífice leu e releu varias vezes e sentiu que aquilo parecia ter sido escrito para ele e sua missão pessoal. Parecia estar claro que ele de alguma forma teria que sair do Vaticano e num outro momento voltaria para Roma na tentativa de restabelecer o poder religioso.
‘Seja feita Vossa Vontade, meu Senhor e meu Deus’. – pronunciou o Papa para dentro de si mesmo.

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