sexta-feira, 29 de março de 2013

Capítulo 40 - UM NOVO DIA, UM NOVO TEMPO


Capítulo 40
UM NOVO DIA, UM NOVO TEMPO





                                 “Haverá uma mudança total. O homem voltará a viver como as crianças, que não conhecem espertezas. Isso acontecerá quando contam LX, um pouco mais ou menos.                                                           Todavia, será bom recordar por longo tempo. Será causada alguma queda e reviravolta, com um leão selvagem rugindo.”
                                                                       Paracelso




                              “Quando o Cristo que tu pregas vier para reinar, a primeira terra será destruída por decisão divina, e a terra prometida aparecerá como o orvalho e as nuvens...”
                                                                      Apocalipse de Paulo




                               Passadas as flores, o mundo será menor,
                               Por longo tempo a paz nas terras desabitadas:
                               Solitário o homem marchará pelo céu, terra e mar,
                               Depois novamente começarão as guerras.
                                                                      Nostradamus
                     

                                   “É o que viram os meus olhos. E a voz do vale de Cedron revelou-me coisas terríveis. A idade do Nosso Salvador se fechará sobre a terra no fim do nosso milênio, depois haverá o milênio do Êxtase do Espírito Santo.”
                                                                             Monja de Dresden



                                  “No segundo paraíso terrestre não encontrareis mais rosto triste. Sereno estará o homem e doce será a vida em um terço da Terra, sem subida. Três vezes o trigo amadurecerá no campo; não haverá mais granizo nem relâmpago. O homem trabalhará sem suor e não haverá mais um dono do navio. Médicos e boticários terão de mudar de profissão porque terminou o tempo da lamentação. A morte será queimada e o homem terminará a vida em uma grande risada.”
                                                                            Mago Ladino



                                   “Vi um lugar maravilhoso, onde reinava a paz, onde as mulheres fiavam nos prados enquanto as ovelhas pastavam, onde as colheitas eram abundantes e onde todas as leis da vida tinham suas raízes no amor... Um pouco afastada desse paraíso do amor vi uma montanha de escombros e entre esses escombros havia moedas de ouro, panos valiosos e mármores.”                      
                                                                              T. Sutzer
                             



                                “Finalmente voltarão a desabrochar sobre a terra as flores ingênuas da idade verde. A cigarra cantará liberta. Ao fogo seguir-se-á a paz. Uma paz solene, uma paz majestosa, sem limites, sem horizontes. Perante os destroços de dois mil anos, quatro mirrados sobreviventes compreenderão que tudo foi um sonho muito amargo. Compreenderão que a vida não era a gloria, mas a paz. Deixai que a oliveira reverdeça, mas queimai a rosa. A vida do homem viciado, acabou. Agradeçamos ao céu por isso.”
                                                                              Aranha Negra
                           



                                “E o ar estava cheio de flores de todas as cores, formas e espécies que cobriam rapidamente a terra e as casas com uma variedade admirável de matizes.”      
                                                                              Dom Bosco





                             “Vi então um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra haviam desaparecido, e o mar já não existia. Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, formosa como a esposa que se enfeitou para o esposo. Ouvi uma voz forte que saía do trono e dizia: “Essa é a tenda de Deus entre os homens. Ele vai morar com eles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus-com-eles será o seu Deus. Enxugará as lágrimas de seus olhos e a morte já não existirá. Não haverá mais luto, nem pranto, nem dor, porque tudo isso já passou.” E aquele que estava sentado no trono disse: “Escreve, porque estas palavras são dignas de fé e verdadeiras.” Disse me, então: “ Está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. A quem tiver sede, darei gratuitamente da fonte da água da vida. Quem vencer herdará essas coisas. Serei o seu Deus, e ele será o meu filho.”
                                                                              Apocalipse de João
                                                                                                             




Passado o tempo da noite, nos primeiros raios do tempo do novo dia, os anjos das transformações se aproximaram da terra pelo portal aberto pelo Grande Sétimo. Isso porque o evento provocado pela força Crística arrastou todo o sistema solar para uma nova dimensão e com a luz que trouxe o novo messias os céus espalhados pela galáxia aproximaram o planeta Terra das energias do Sol Central.
O Sol Central é o coração dos mundos, lá se encontra o Sol Espiritual dos sistemas. Neles estão as hierarquias transformadoras dos universos. Esses anjos vieram das hierarquias salvadoras das raças. Estavam na face do planeta para garantir a continuidade da caminhada humana, agora, porém numa dimensão mais sutil.
Eles observando os humanos viram então quatro deles, dois homens e duas mulheres, num lindo entardecer. Onde o sol se punha se encontrava uma montanha de destroços dos edifícios que um dia tentaram tocar os céus.
- Não restou pedra, sobre pedra. – disse uma das mulheres.
- Os escombros agora representam toda a glória e as honras que buscavam o velho homem. – disse um dos homens.
- Como disse nosso messias: “A paz, é a paz que queremos buscar, aquela que vem do Espírito”. – disse o outro homem.
- A paz que sinto agora. – falou a outra mulher.
Os dois anjos ao lado dos quatro humanos também observando o por do sol sabiam que toda a humanidade ainda enfrentaria difíceis desafios, no entanto agora o que sentia era o Espírito pronunciar pelos ares:
“Nasceu a nova humanidade”.

                                                                         FIM

quinta-feira, 28 de março de 2013

Capítulo 39 - O PAPA DO FIM DOS TEMPOS


Capítulo 39
O PAPA DO FIM DOS TEMPOS


                                   “Vi um dos meus sucessores de nome igual, fugindo entre cadáveres de seus irmãos. Refugiar-se-á incógnito, em alguma parte, e depois de um breve descanso, morrerá de morte cruel.”
                                                                                          Papa Pio X
 


O Santo Padre e o monge ficaram então aguardando a volta do Chefe da Guarda. Depois de alguns minutos ele estava de volta.
- Vocês me ouvem? – perguntou o Chefe da Guarda da abertura do teto.
- Sim. – respondeu o monge.
- Vocês não vão acreditar. O corredor nos leva para fora dessas catacumbas.
Todos sorriram de alegria.
O trabalho agora era tentar fazer os dois homens que estavam abaixo passarem pela abertura da claraboia e levar também as relíquias que os acompanhava.
Após algum tempo com muito sacrifício os três homens estavam em um novo túnel, no entanto agora estavam a caminho de uma saída daqueles mundos escuros e apertados. O destino, portanto era enfrentarem o desafio final.
Assim que chegaram à claridade precisaram de um tempo para se adaptar. Depois disso surgiram as perguntas e monge Miguel foi logo se apressando:
- Em que lugar saímos?
- Conheço esse lugar. Estamos numa das ruas de Roma ao redor do Vaticano. – respondeu o Chefe da Guarda.
- Para onde iremos, Santidade? – perguntou novamente o monge.
- Vamos voltar ao Vaticano.
- Santo Padre, lá provavelmente estamos sendo esperados. – disse prudentemente o monge.
- Não podemos abandonar a Barca de Pedro num momento tão importante meu jovem. – respondeu o Papa com voz embargada de certeza.
- Santidade, se temos realmente que voltar, sugiro pelo menos que andemos juntos apenas por algumas ruas, assim que chegarmos à Praça de São Pedro, acho melhor nos separarmos. Vamos por aqui que conheço bem esses caminhos. – falou o Chefe da Guarda já andando apressado.
Andando lentamente por algumas ruas estreitas já podiam deparar com alguns cadáveres de religiosos. Caminharam por essas vias dolorosas até chegarem à uma das entradas para a Praça de São Pedro. A imagem era devastadora. Centenas de corpos empilhados. Padres, freiras, monges, bispos, arcebispos, diáconos, juntos num mesmo mar de sangue.
- Meu Senhor e meu Deus. – pronuncio o Papa.
O silêncio era devastador, podia se ouvir o som da morte atravessando todas as partes.
- Precisamos verificar se ainda existe vida nesse lugar. – pronunciou o Papa novamente.
- Santidade, acredito ser mais prudente escondermos todas essas relíquias no Palácio Apostólico que olhando daqui ainda parece se encontrar em bom estado. Estando lá podemos verificar onde podem estar as tropas do filho do mal. Ele está morto, porém alguns de seus soldados podem não saber disso e estarem vigiando o que sobrou do Vaticano.
- Realmente é mais prudente, mas depois disso voltaremos urgente para tentar resgatar alguma vida.
O Chefe da Guarda acreditava ser mais prudente andar pelas ruas laterais e não entrarem na Praça de São Pedro. E assim eles fizeram. A ideia de caminharem separados foi abandonada. Mesmo lentamente chegaram ao Palácio Apostólico e preferiram entrar pelas portas laterais para não despertarem qualquer tipo atenção. Nos corredores puderam ainda encontrar mortos os religiosos que não tiveram tempo de se retirar das dependências do Vaticano.
Tudo era um imenso horror.
Subiram até um dos andares do Palácio que não tinham sido destruídos e lá esconderam as relíquias. Podiam daquela posição observar a Praça de São Pedro tentando enxergar se os soldados do filho do mal ainda se encontravam pelos arredores.
- Parece que eles foram informados da morte de seu líder e resolveram debandar.  – falou o Chefe da Guarda.
- Então vamos ver se conseguimos encontrar alguma alma viva, Chefe. – disse o Papa.
- Pode ser uma armadilha, Santidade. Eles podem estar escondidos aguardando que alguém apareça. Acho melhor ficarmos observando com mais calma movimento.
Todos concordaram e ficaram revezando os olhares pela fresta da janela, tentando também não serem percebidos.
Ficaram algumas horas incógnitos observando e monge Miguel foi quem viu um movimento entre os corpos que estavam estendidos na praça.
- Santidade, parece que vi um dos corpos se mexerem.
- Chefe, já observamos bastante. Vamos até lá tentar salvar vidas. – falou o Santo Padre.
- Vou sozinho e dou uma olhada em tudo.
- Não Chefe, vou contigo. Monge Miguel fica aqui guardando as relíquias.
Os dois homens desceram pelos corredores e foram na direção da Praça de São Pedro. No caminho viram uma imagem assustadora. Os soldados da Guarda Suíça e alguns seguranças estavam mortos empilhados na entrada do Palácio Apostólico. Pela primeira vez o Santo Padre viu o Chefe da Guarda encher seus olhos de lágrimas.
Tocou alguns corpos procurando vida, todos já tinham sido abandonados por ela.
Caminharam na direção da Praça de São Pedro e o Santo Padre, novamente andou por cima de cadáveres daqueles que tanto conhecia e que o tinham acompanhado por todos esses anos de Pontificado.
Aquelas sensações profundas ocasionaram uma perigosa distração e quando menos perceberam estavam cercados por alguns soldados do filho do mal.
O Chefe da Guarda tentou reagir com uma arma que havia retirado de um dos mortos que havia encontrado. Ao esboçar um pequeno movimento foi rapidamente atravessado por rajadas de projéteis que o derrubaram junto a montanha de corpos.
- O Papa. – disse o homem que liderava aquele pequeno grupo de soldados.
- O que faremos com ele? – perguntou um dos soldados.
- O mesmo que foi feito ao nosso líder maior.
- Primeiro deveríamos julgá-lo por seus erros. – disse outro soldado.
- O que Vossa Santidade tem em sua defesa? – perguntou o líder do grupo.
- Minha vida está nas mãos de Deus. – respondeu o Santo Padre.
- Pois hoje nós somos o seu deus. – afirmou o líder do grupo.
Saíram então arrastando o Santo Padre por entre os cadáveres e o encostaram no que sobrou do obelisco central da Praça de São Pedro. Não contaram até três para fuzilá-lo sem qualquer misericórdia.
O monge correu para olhar pela janela quando surgiram os primeiros tiros que tiraram a vida do Chefe da Guarda. Deu ainda tempo de presenciar a morte do Santo Padre. Daquele dia em diante ele se tornaria o guardião das relíquias e do Grande Sétimo.
A história imortalizaria o Santo Padre como Petrus Secundus.
Quanto a terra, ainda teria dias muito desconfortáveis. Eram os últimos minutos do tempo da noite, logo estariam chegando os primeiros raios do novo dia para o pequeno canteiro onde seria semeado o novo jardim de humanidade.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Capítulo 38 - O DIA DO SENHOR


Capítulo 38
O DIA DO SENHOR


                    Bem sabeis que o dia do Senhor chegará como o ladrão à noite. Quando disserem: “Paz e segurança”, então de repente sobrevirá a ruína, como as dores do parto à gestante, e não escaparão.
                                                                                   Carta de São Paulo aos Tessalonicenses




Os três homens depois de tamanho evento sentiram-se parte daquela tremenda força. Foram tomados assim por um sentimento de infinita plenitude.
Depois de algum tempo voltaram suas mentes para o que os cercava.
- O que faremos agora, Santidade? – perguntou o Chefe da Guarda ao Santo Padre. - Vamos recolher as relíquias e transportá-las para outro lugar, este não é mais seguro. – respondeu o Papa.
O Chefe da Guarda correu imediatamente para retirar das portas as joias em ouro e tirando sua camisa fez uma espécie de saco onde começou a depositá-las. Enquanto isso o monge Miguel tentava ajudar o Papa a retirar o Grande Sétimo do centro da Sala Sagrada.
- Monge, é melhor carregar as seis relíquias, enquanto o Santo Padre a pedra principal. Assim fico com as mãos livres e caminho a frente desses corredores para defendê-los de alguma eventualidade. – disse o Chefe da Guarda.
A ideia foi aceita de imediato e logo os três homens estavam caminhando para fora das catacumbas do Vaticano.
Andando pelos túneis tiveram que passar por cima dos corpos daqueles que acompanhavam o filho do mal. Andaram lentamente não querendo despertar nenhuma atenção. Ficaram surpresos por não encontrarem nenhum tipo de luta por onde andaram talvez a luz gerada pelo Grande Sétimo tivesse afastado os soldados. Provavelmente a impressão de que uma bomba tinha sido detonada teria assustado todos das dependências do Vaticano.
- Monge, quando você foi capturado pelas forças do mal, como estava tudo ao redor do Vaticano? – perguntou o Chefe da Guarda preocupado com o que enfrentaria na saída.
- As tropas da Besta sofreram uma resistência apenas na entrada da cidade de Roma. Em questão de poucas horas já estava tudo tomado e entrar no Vaticano foi como que um passeio para todos os seus soldados. Ao perceberem que tudo estava vazio como o Papa havia recomendado para todos os residentes, o filho da perdição pediu para que seus homens invadissem todos os locais ao redor para encontrar o Santo Padre, os seus bispos e sacerdotes.
- E o que eles fizeram com todos nossos irmãos? – perguntou o Papa.
- Santidade, o falso profeta, aquele que fora excomungado de nossa Igreja acompanhava a Besta e sabia exatamente o que queria. Procurava o Santo Padre, pois estava atrás de seus anéis para abrir as passagens necessárias para chegar à Sala Sagrada.  – respondeu o monge.
- Eles conheciam todos os nossos passos, não é mesmo?
- Sim eles estavam à frente de todas as nossas buscas, só não tinham o conhecimento intuitivo que Vossa Santidade utilizou para desvendar os mistérios.
E quantos aos nossos irmãos, Miguel?
- Santidade, eles foram arrancados de seus esconderijos e arrastados para a Praça de São Pedro. Lá foram em sua maioria torturados e assassinados.  A população civil também não escapou das atrocidades. Aqueles que não fugiram para os campos foram arrancados de suas casas e mortos brutalmente. Dessa carnificina não escaparam nem idosos, nem crianças.
- Essa é a igualdade e a justiça que tanto apregoou o filho do mal. – afirmou o Santo Padre com a voz embargada de dores e sofrimentos pelo que ouvia e imaginava em seu coração.
- E como você sobreviveu? – perguntou o Chefe da Guarda.
- Eles sabiam que eu conhecia boa parte dos segredos e pouparam minha vida, porque para eles eu era útil.
- E o que deu de errado para a Besta que foi torrada ao acionar a força do Grande Sétimo?
- Colaborei com ele em quase tudo. Porém sabia que seu coração perverso não teria o poder de acionar a energia pura do Grande Sétimo. Na via da dúvida dei-lhe também o salmo 121 não em sua forma original em hebraico como deveria ser lida. Sabia que não iria funcionar, porque nos pergaminhos estava claro que apenas um bom coração pronunciaria os sons necessários para unir o céu e a terra.
- Corremos riscos demais o mal quase abriu completamente as portas dos infernos para este mundo. – afirmou o Santo Padre.
- Ainda corremos muitos riscos Santidade. – disse o Chefe da Guarda observando que a saída das catacumbas por onde haviam entrado estava fechada por uma montanha de entulhos.
- O que faremos agora? – perguntou o monge?
- Essas catacumbas possuem mais saídas que entradas. – afirmou o Papa.
- Como assim Santidade! – exclamou o Chefe da Guarda.
- Todos esses corredores com arcossólios, criptas, sarcófagos, já foram também utilizados até em celebrações. Também eventualmente em momentos de perseguição foram utilizados como esconderijos passageiros, dessa maneira foram criadas também várias saídas. A grande abertura que podia se ver na Sala Sagrada era uma das claraboias por onde a luz penetrava. Temos que procurar outra saída, tenho certeza que encontraremos.
Eles não podiam imaginar que presos naqueles corredores estavam na verdade momentaneamente sendo preservados das perseguições e dos eventos que o céu estava revelando ao planeta.
As dores na superfície da terra eram suficientes para se desacreditar que pudesse existir algum coração caridoso sobre a face do planeta.
Todo o sistema solar que passava por uma zona cinzenta da galáxia estava sendo bombardeado por corpos celestes. O planeta Terra em particular estava sendo atingido por meteoritos de diversos tamanhos por toda a sua superfície. Toda a proteção parecia ter desaparecido e a ruína atingiu todas as terras, todas as águas, todos os fogos e todos os ares.
Nessas mesmas horas os três homens tentavam escapar das catacumbas. Andavam por todas as escuridões e quando viam uma pequena fresta de luz se agarravam a ela como a um farol que pudesse levá-los para fora daqueles corredores.
Nessa busca acabaram encontrando um cubículo onde a iluminação parecia ser maior que nos outros lugares. Entrando viram um enorme mausoléu com várias figuras representativas e várias frases.
- O que é tudo isso, Santidade? - perguntou o Chefe da Guarda.
- Parece que é uma representação do que estamos vivendo em nossos dias. – respondeu o Santo Padre observando as figuras que se referiam ao dia do Senhor.
- Como assim? – insistiu o Chefe da Guarda.
O monge Miguel então começou a ler as frases citadas por todos os cantos:
”Eis que o dia do Senhor vem implacável, com furor ardente, para transformar o país em ruína e exterminar dele os pecadores. Porque as estrelas do céu e suas constelações não farão brilhar a sua luz. O sol será escuro desde o seu nascer, e a lua não dará a sua claridade”. Isaías 13: 9-10.
“Mas esse é, para o Senhor Deus Todo-poderoso, um dia de vingança, para se vingar de seus adversários: a espada devora e se sacia, embriagando-se de seu sangue”. Jeremias 46:10
“Filho do homem, profetiza dizendo: Assim diz o Senhor Deus: Soltai uivos de dor por aquele dia, porque está próximo o dia, está perto o dia do Senhor! Será um dia de nuvens, a hora das nações.” Ezequiel 30: 2-3
- Monge aqui tem mais citações, esta, por exemplo, é enorme. De uma olhada. – falou o Chefe da Guarda indicando outras citações.
Miguel então continuou a ler:
“Está próximo o grande dia do Senhor! Ele está próximo, iminente! O clamor do dia do Senhor é amargo, nele até mesmo o herói grita! Será um dia de ira aquele dia: dia de angústia e de tribulação, dia de devastação e de destruição, dia de trevas e de escuridão, dia nebuloso e sombrio, dia da trombeta e dos gritos de guerra contra as cidades fortificadas e contra as torres das muralhas. As pessoas ficarão aflitas e caminharão como cegas, porque pecaram contra o Senhor; o seu sangue será derramado como pó e suas entranhas como esterco.” Sofonias 1:14-17
“Porque está próximo o dia do Senhor para todas as nações! Como fizeste, assim te será feito: teus atos recairão sobre tua cabeça!” Abdias 15
- Monge Miguel, leia este aqui, pelo que o entendi me parece um pouco diferente das outras citações, pois trás uma boa nova.  – disse o Papa ao jovem e apontando para a citação a ser lida.
- A citação diz o seguinte:
“O sol se transformará em trevas, a lua em sangue, antes que chegue o dia do Senhor, grande e terrível! Então, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” Joel 3: 4-5
A citação bíblica do profeta trazia acima um afresco com ilustrações claras do que seria o dia do Senhor. Uma cena apocalíptica.
- Aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. – repetiu o Papa a frase como que tentando abrir algo.
O Pontífice parou de falara baixo para si mesmo e disse alto:
- Senhor!
- O som parece ecoar de forma diferente nesse lugar. – falou o Chefe da Guarda.
- Diferente! – exclamou o monge.
- Sim, ele não se propaga ecoando rápido como nos outros lugares. Parece que algo o absorve. – disse o Chefe da Guarda olhando para o alto e observando que realmente havia uma claraboia que parecia poder ser escalada.
- Será que podemos subir por essa claraboia? – perguntou o monge.
- Preste atenção esses sarcófagos servem como uma espécie de escada. – falou o Chefe da Guarda já colocando os pés em posições de escalada.
O chefe da Guarda logo já estava no topo.
- O que você consegue ver? – perguntou o monge olhando para a abertura no teto.
- Tem aqui um corredor. Vou verificar se ele dá em algum lugar. Já volto.

terça-feira, 26 de março de 2013

Capítulo 37 - A FORÇA CRÍSTICA


Capítulo 37
 A FORÇA CRÍSTICA
                                                                                                                            
                                                                         


              

 “Vi então descer do céu um anjo que trazia nas mãos a chave do abismo e uma grande corrente. Ele agarrou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o acorrentou por mil anos. Lanço-o no abismo, que foi trancado e selado, para que o dragão não seduzisse mais as nações até o fim dos mil anos.”
                                                                       Apocalipse de João




A explosão foi tamanha que derrubou a porta sobre o falso profeta e os soldados que estavam logo atrás dele. O Santo Padre e o Chefe da Guarda Suíça com alguns soldados foram parar no chão. Os soldados que conseguiram levantar correram tentando ver o que tinha ocorrido com o filho do mal. Passaram por cima da porta caída e ao entrarem na Sala Sagrada viram seu corpo completamente queimado. Desesperados, os soldados que sobraram voltaram correndo pelo corredor por onde tinham entrado na direção da saída.
O Chefe da Guarda procurou então socorrer o Santo Padre logo após toda aquela poeira ter diminuído acreditando que ele não teria conseguido sobreviver.
- Precisamos sair desses túneis o mais urgente possível Santidade. – falou o Chefe da Guarda percebendo que o Santo Padre ainda se encontrava vivo.
- Temos que antes resgatarmos o Grande Sétimo. – falou o Papa tentando se erguer daquela confusão.
- Santidade, não deve ter sobrado nada depois daquela explosão.
- Mesmo assim temos que saber o que aconteceu com a Sala Sagrada. – disse o Papa já se dirigindo para o lado oposto da saída.
O Chefe da Guarda foi convencido pela determinação do Santo Padre e teve que acompanha-lo para o centro da Sala Sagrada. Todas as portas estavam caídas e perto de uma delas estava o filho do mal todo queimado pela energia que se desprendeu daquele evento. O cheiro do cadáver era horrível.
- Precisamos retirar as relíquias. – falou o Santo Padre se dirigindo ao Grande Sétimo – por favor, Chefe retire as relíquias das portas.
- Espere Santidade. – disse uma voz que vinha da porta de entrada.
O Papa e o Chefe da Guarda ficaram novamente assustados sem reconhecer aquele homem todo coberto de poeira.
- Sou eu Santidade o monge Miguel.
- Filho você está vivo? – falou o Papa surpreso ao olhar o homem completamente empoeirado.
- Precisamos tentar fazer a verdadeira religação entre o céu e a terra, Santidade.
- O filho do mal já tentou e não conseguiu meu jovem.
- Passei as informações erradas à ele. – disse o monge querendo sorrir e não conseguindo.
- Como assim?
- Disse-lhe que tinha que recitar o salmo 121 em grego e pelo jeito não funcionou. Aqui está Santidade a forma original em hebraico antigo que deve ser recitada. Talvez Vossa Santidade consiga abrir as portas dos céus para este mundo.
- As portas estão destruídas, provavelmente não conseguiremos realizar essa façanha. – disse o Papa e logo se contrariando. – Você tem razão meu jovem, devemos tentar.
O Santo Padre então dirigiu-se ao jovem monge e pegou o papel que ele trazia consigo com o salmo a ser recitado na língua original em hebraico.
- Acho melhor vocês se retirarem para não correrem o risco de serem derretidos por essa força.
- Se Vossa Santidade permitir gostaria de estar presente nesse evento. – falou o monge.
- Também gostaria de ficar, mesmo porque não temos mais nenhuma porta para fechar. – falou o Chefe da guarda.
- Está bem, que seja feita a vontade de Deus em nossas vidas. – disse o Papa
O Santo Padre então tomou em suas mãos e começou a pronunciar o salmo 121 em sua língua original. Não encontrou dificuldades, pois já havia visto essas palavras antes no pergaminho. Ao pronunciar os primeiros sons, os símbolos que estavam mesmo nas portas caídas começaram a se acender e brilhar individualmente como pequenos sóis. A luz que eles emitiam se direcionou para o centro onde se encontrava intacto o Grande Sétimo que também começou a irradiar sua luz direcionada a claraboia que existia no centro da Sala Sagrada. A cada palavra pronunciada a energia se potencializava como se fossem sons que alimentassem aquela força.
Aquilo tudo abriu um grande portal por onde a grande Força Cristica isolou temporariamente as energias do mal. Pode se ver um novo céu e uma nova terra sendo criada para um novo tempo. Uma nova dimensão se abriu para todas as criaturas.
A Terra, no entanto ainda tinha que se transformar para receber essa nova frequência e assim o solo tremeu por todos os continentes. Os oceanos invadiram as terras e novas terras foram criadas pela ausência dos mares.
Tudo estava sendo preparado para que a Nova Jerusalém fosse apresentada as novas consciências que habitariam esse novo tempo.
Ao pronunciar as últimas palavras a energia cedeu momentaneamente. Mesmo assim podia se ver a coluna de energia ligando o céu e a terra e se espalhando por todo o Planeta. A luz iluminou o mundo. As trevas cederam diante da luminosidade. A força Crística deu inicio a transformação desde os maiores até os menores elementos desta esfera. Corações que estavam prontos sentiram a força essencial do universo adentrar as suas consciências. O novo dia para toda a humanidade estava surgindo e os primeiros raios desse dia já podiam ser sentidos.