Capítulo 18
A Trindade
E ele, o ímpio, inflará a ciência da vaidade, a tal ponto que ela
se afastará do caminho certo e conduzirá as pessoas à perda da Fé na existência
de Deus, de um Deus em Três Pessoas...
Então Deus, infinitamente Bom, verá a decadência da raça humana, e
abreviará os dias, por amor do pequeno número daqueles que deverão ser salvos,
porque o inimigo desejaria arrastar mesmo os eleitos à tentação, se isso fosse
possível.
Então a espada do castigo aparecerá de repente e derrubará o
corruptor e seus servidores.
São
Nilo
De
forma lenta o Santo Padre agachou-se e colocando suas duas mãos abertas colocou
os dois anéis que estavam nos dedos de suas mãos e o chefe da guarda ouviu um
pequeno estalo Depois repetiu a mesma operação na parte inferior da estrela
cravada no chão e ao dirigir-se ao centro da estrela disse:
-
Aqui preciso de sua ajuda, chefe. Pegue esse anel e o encaixe nessa abertura
lateral, quando eu disser você o gire
para tentarmos abrir a trava central.
O
chefe da guarda pegou o anel e o colocou no feche esperando a ordem do Papa,
assim que isso ocorreu ele girou o anel e pode se ouvir a trava abrir-se. Ao retirar-se
um pouco de cima do mármore do centro a pedra subiu sem esforços.
-
Ajude-me a movê-la para o lado chefe. – disse o Papa tentando arrastar o peso
para uma das laterais.
Os
pergaminhos foram levados secretamente para os aposentos do Papa e lá começaram
a ser estudados pelo monge, pelo Santo Padre e por seu secretário que era um
profundo conhecedor de latim e hebraico. Eles estavam escritos aparentemente em
duas línguas, os títulos que pareciam lembrar um hebraico antigo e que por não
parecerem ser palavras, provavelmente eram números e o final do pergaminho
também pareciam estar escrito na mesma língua e os dizeres estavam com certeza
inscritos em latim.
- Vamos
dispô-los na mesma ordem que encontramos na sala. – disse o Papa e já pegando
um deles e os estendendo sobre sua mesa de trabalho e os outros dois homens
ficaram olhando e se perguntando como o Santo Padre podia lembrar-se da ordem.
Os testos
estavam bem conservados e eram tratados pelos três homens como relíquias
inestimáveis.
- Qual deles
será o primeiro? – perguntou o monge.
-
Provavelmente não há nem primeiro nem último. – respondeu o secretário.
- Isso mesmo.
Vamos colocá-los de forma hexagonal como os encontramos na pequena câmara.
- Todos os seis pergaminhos tinham as letras
em hebraico inicialmente e abaixo um símbolo e depois começam com a mesma
frase: ‘Sob o Reino do Messias’. – falou o secretário olhando para o hexágono interno
que se formou unindo o topo dos seis pergaminhos posicionados sobre a enorme
mesa.
- O que mais
pode se ver nos escritos secretário? – perguntou ansiosamente o monge.
- Cada
pergaminho representa uma força.
- Como
assim! – foi logo exclamando o Papa.
- Terra,
fogo, agua, ar.
- E os
outros dois? – questionou o monge.
- O Filho e
o Espírito Santo. – respondeu o secretário.
- Por isso
debaixo do que acreditamos ser números existe o símbolo de cada elemento
representando essas forças. – afirmou o Santo Padre.
- Continuo
não entendendo ainda o quebra-cabeça. – disse o monge.
Enquanto
isso o secretário rodeava a mesa tentando decifrar as outras partes.
- Vamos
começar então pelo pergaminho que representa o elemento terra. Ele possui
o que acreditamos ser um numero e não
uma palavra, depois o símbolo que representa a terra e todos começam com a
frase: ‘Sob o Reino do Messias’. Vou tentar traduzir de forma rápida, só que
depois teremos que debruçar sobre os escritos, pois posso estar equivocando-me
na forma de tradução. – disse o secretário pegando o pergaminho nas mãos e
continuou – no mundo das manifestações onde todas as sementes germinam o Filho
do homem ordenou seu poder e assim colocou suas ações a Serviço do Senhor.
O secretário
parou por um instante parecendo não compreender alguma coisa.
- Mais
alguma coisa secretário? – perguntou o Papa.
- Sim
Santidade, só que parece agora estar em hebraico antigo e não domino a língua. Parece-me
uma oração ou alguma citação, não sei dizer exatamente. Talvez uma frase dos
Salmos, sem a sua citação.
- Entendo,
vamos tentar decifrar apenas superficialmente os pergaminhos, depois Miguel
tentará revelar com calma tudo que for possível.
- Então
vamos para outro pergaminho. – disse o monge com uma voz ansiosa.
O secretário
pegou um novo pergaminho e seguiu:
- Sob o Reino
do Messias. Do mundo em que nossos sonhos brotam o Filho do homem ordenou as
suas emoções e colocou suas construções a Serviço do Senhor. Depois disso mais
um trecho daquilo que parece ser uma oração ou um pedido.
De forma
natural o secretario foi pegando pergaminho a pergaminho sem ser interrompido
pelo Monge ou pelo Papa que aguardavam ansiosamente as outras revelações. E o
secretário prosseguiu:
- Esse outro
pergaminho refere-se ao elemento ar. Sob o Reino do Messias, do mundo em que
surgem os pensamentos, o Filho do Homem organizou as palavras e colocou suas
ideias a Serviço do Senhor.
Agora o
pergaminho do fogo, não é isso secretário? – disse o monge.
- Verdade, e
novamente: Sob o Reino do Messias, do mundo em que os desejos se constroem o
Filho do Homem purificou seu ser e colocou sua vontade a Serviço do Senhor.
- Parece que
os elementos da manifestação devem ser transmutados e colocados a serviço de
Deus. – falou o Papa concluindo seu entendimento.
- O quinto
pergaminho que colocamos na ordem então se refere ao Filho e ele tem como
símbolo a cruz não é mesmo secretário? – disse o monge já olhando para o
penúltimo pergaminho sobre a mesa.
- Sob o
Reino do Messias, o Filho do Homem conquistou equilíbrio para sua natureza
humana e colocou seu ser por completo a Serviço do Senhor.
- Foi como
Vossa Santidade disse. E o sexto pergaminho secretário. Fale sobre o Espírito
Santo. – disse o monge sem perder sua ansiedade.
- Sob o
Reino do Messias, todas as legiões celestiais se colocaram à disposição das
obras do Filho ao Serviço do Senhor.
-
Provavelmente exista o sétimo pergaminho e que se refere ao Pai onde todos os
planos devem estar descritos. – falou o Papa pensativo.
- Onde vocês
encontraram esses seis pergaminhos não existiam outros? – perguntou o
secretário.
-
Provavelmente ele está naquela sala que parece ser o coração de tudo isso e
naquele instante não tivemos tempo de olhar com mais calma. No centro da sala
existia uma espécie de cofre onde encontramos os seis pergaminhos que rodeavam
a joia dourada.
- O sétimo
pergaminho provavelmente está junto à pedra dourada, Santidade. – afirmou o
monge.
- O Grande
Sétimo segredo. – falou o Papa.
- Santidade,
gostaria de pedir-lhe um favor. – falou o secretário.
- Qual seria
amigo?
- Gostaria
de poder ver essa sala.
- Claro,
assim que pudermos você irá comigo. Mas antes precisamos debruçar melhor sobre
o conhecimento que temos nesses seis pergaminhos. Ainda não sabemos o que está
escrito no final de cada um deles e mais, precisamos tentar decifrar se as
letras que iniciam eles são números ou palavras. – falou o Papa.
- Vou
verificar quando poderemos achar uma brecha na agenda de Vossa Santidade para
que possamos ter um tempo maior para observar esse tesouro. – confirmou o
secretário.
- Jovem
Miguel você acredita que necessitará quanto tempo tentar decifrar o que
precisamos?
- Tenho excelentes
amigos que trabalham na Biblioteca e que poderão me ajudar nisso Santidade.
- Miguel,
você vai copiar o que está nos pergaminhos e tentar decifrar o que eles estão
querendo nos dizer, porque vou trancafiá-los em meu cofre particular para não
corrermos nenhum tipo de risco novamente. Tome também muito cuidado para quem
irá fazer as perguntas, sabemos que estamos sendo vigiados por todos os lados.
- Entendo
claramente Santidade e acredito que em alguns dias devo ter as respostas.
- Então
ficamos combinados de voltarmos em alguns dias para as catacumbas em busca de
desvendarmos o que está no coração disso tudo.
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