segunda-feira, 4 de março de 2013

Capítulo 18 - A TRINDADE


Capítulo 18
A Trindade
                                                                                                                            
            

              

E ele, o ímpio, inflará a ciência da vaidade, a tal ponto que ela se afastará do caminho certo e conduzirá as pessoas à perda da Fé na existência de Deus, de um Deus em Três Pessoas...
Então Deus, infinitamente Bom, verá a decadência da raça humana, e abreviará os dias, por amor do pequeno número daqueles que deverão ser salvos, porque o inimigo desejaria arrastar mesmo os eleitos à tentação, se isso fosse possível.
Então a espada do castigo aparecerá de repente e derrubará o corruptor e seus servidores.
                                                           São Nilo
                                                                                  


De forma lenta o Santo Padre agachou-se e colocando suas duas mãos abertas colocou os dois anéis que estavam nos dedos de suas mãos e o chefe da guarda ouviu um pequeno estalo Depois repetiu a mesma operação na parte inferior da estrela cravada no chão e ao dirigir-se ao centro da estrela disse:
- Aqui preciso de sua ajuda, chefe. Pegue esse anel e o encaixe nessa abertura lateral, quando  eu disser você o gire para tentarmos abrir a trava central.
O chefe da guarda pegou o anel e o colocou no feche esperando a ordem do Papa, assim que isso ocorreu ele girou o anel e pode se ouvir a trava abrir-se. Ao retirar-se um pouco de cima do mármore do centro a pedra subiu sem esforços.
- Ajude-me a movê-la para o lado chefe. – disse o Papa tentando arrastar o peso para uma das laterais.



Os pergaminhos foram levados secretamente para os aposentos do Papa e lá começaram a ser estudados pelo monge, pelo Santo Padre e por seu secretário que era um profundo conhecedor de latim e hebraico. Eles estavam escritos aparentemente em duas línguas, os títulos que pareciam lembrar um hebraico antigo e que por não parecerem ser palavras, provavelmente eram números e o final do pergaminho também pareciam estar escrito na mesma língua e os dizeres estavam com certeza inscritos em latim.
- Vamos dispô-los na mesma ordem que encontramos na sala. – disse o Papa e já pegando um deles e os estendendo sobre sua mesa de trabalho e os outros dois homens ficaram olhando e se perguntando como o Santo Padre podia lembrar-se da ordem.
Os testos estavam bem conservados e eram tratados pelos três homens como relíquias inestimáveis.
- Qual deles será o primeiro? – perguntou o monge.
- Provavelmente não há nem primeiro nem último. – respondeu o secretário.
- Isso mesmo. Vamos colocá-los de forma hexagonal como os encontramos na pequena câmara.
 - Todos os seis pergaminhos tinham as letras em hebraico inicialmente e abaixo um símbolo e depois começam com a mesma frase: ‘Sob o Reino do Messias’. – falou o secretário olhando para o hexágono interno que se formou unindo o topo dos seis pergaminhos posicionados sobre a enorme mesa.
- O que mais pode se ver nos escritos secretário? – perguntou ansiosamente o monge.
- Cada pergaminho representa uma força.
- Como assim! – foi logo exclamando o Papa.
- Terra, fogo, agua, ar.
- E os outros dois? – questionou o monge.
- O Filho e o Espírito Santo. – respondeu o secretário.
- Por isso debaixo do que acreditamos ser números existe o símbolo de cada elemento representando essas forças. – afirmou o Santo Padre.
- Continuo não entendendo ainda o quebra-cabeça. – disse o monge.
Enquanto isso o secretário rodeava a mesa tentando decifrar as outras partes.
- Vamos começar então pelo pergaminho que representa o elemento terra. Ele possui o  que acreditamos ser um numero e não uma palavra, depois o símbolo que representa a terra e todos começam com a frase: ‘Sob o Reino do Messias’. Vou tentar traduzir de forma rápida, só que depois teremos que debruçar sobre os escritos, pois posso estar equivocando-me na forma de tradução. – disse o secretário pegando o pergaminho nas mãos e continuou – no mundo das manifestações onde todas as sementes germinam o Filho do homem ordenou seu poder e assim colocou suas ações a Serviço do Senhor.
O secretário parou por um instante parecendo não compreender alguma coisa.
- Mais alguma coisa secretário? – perguntou o Papa.
- Sim Santidade, só que parece agora estar em hebraico antigo e não domino a língua. Parece-me uma oração ou alguma citação, não sei dizer exatamente. Talvez uma frase dos Salmos, sem a sua citação.
- Entendo, vamos tentar decifrar apenas superficialmente os pergaminhos, depois Miguel tentará revelar com calma tudo que for possível.
- Então vamos para outro pergaminho. – disse o monge com uma voz ansiosa.
O secretário pegou um novo pergaminho e seguiu:
- Sob o Reino do Messias. Do mundo em que nossos sonhos brotam o Filho do homem ordenou as suas emoções e colocou suas construções a Serviço do Senhor. Depois disso mais um trecho daquilo que parece ser uma oração ou um pedido.
De forma natural o secretario foi pegando pergaminho a pergaminho sem ser interrompido pelo Monge ou pelo Papa que aguardavam ansiosamente as outras revelações. E o secretário prosseguiu:
- Esse outro pergaminho refere-se ao elemento ar. Sob o Reino do Messias, do mundo em que surgem os pensamentos, o Filho do Homem organizou as palavras e colocou suas ideias a Serviço do Senhor.
Agora o pergaminho do fogo, não é isso secretário? – disse o monge.
- Verdade, e novamente: Sob o Reino do Messias, do mundo em que os desejos se constroem o Filho do Homem purificou seu ser e colocou sua vontade a Serviço do Senhor.
- Parece que os elementos da manifestação devem ser transmutados e colocados a serviço de Deus. – falou o Papa concluindo seu entendimento.
- O quinto pergaminho que colocamos na ordem então se refere ao Filho e ele tem como símbolo a cruz não é mesmo secretário? – disse o monge já olhando para o penúltimo pergaminho sobre a mesa.
- Sob o Reino do Messias, o Filho do Homem conquistou equilíbrio para sua natureza humana e colocou seu ser por completo a Serviço do Senhor.
- Foi como Vossa Santidade disse. E o sexto pergaminho secretário. Fale sobre o Espírito Santo. – disse o monge sem perder sua ansiedade.
- Sob o Reino do Messias, todas as legiões celestiais se colocaram à disposição das obras do Filho ao Serviço do Senhor.
- Provavelmente exista o sétimo pergaminho e que se refere ao Pai onde todos os planos devem estar descritos. – falou o Papa pensativo.
- Onde vocês encontraram esses seis pergaminhos não existiam outros? – perguntou o secretário.
- Provavelmente ele está naquela sala que parece ser o coração de tudo isso e naquele instante não tivemos tempo de olhar com mais calma. No centro da sala existia uma espécie de cofre onde encontramos os seis pergaminhos que rodeavam a joia dourada.
- O sétimo pergaminho provavelmente está junto à pedra dourada, Santidade. – afirmou o monge.
- O Grande Sétimo segredo. – falou o Papa.
- Santidade, gostaria de pedir-lhe um favor. – falou o secretário.
- Qual seria amigo?
- Gostaria de poder ver essa sala.
- Claro, assim que pudermos você irá comigo. Mas antes precisamos debruçar melhor sobre o conhecimento que temos nesses seis pergaminhos. Ainda não sabemos o que está escrito no final de cada um deles e mais, precisamos tentar decifrar se as letras que iniciam eles são números ou palavras. – falou o Papa.
- Vou verificar quando poderemos achar uma brecha na agenda de Vossa Santidade para que possamos ter um tempo maior para observar esse tesouro. – confirmou o secretário.
- Jovem Miguel você acredita que necessitará quanto tempo tentar decifrar o que precisamos?
- Tenho excelentes amigos que trabalham na Biblioteca e que poderão me ajudar nisso Santidade.
- Miguel, você vai copiar o que está nos pergaminhos e tentar decifrar o que eles estão querendo nos dizer, porque vou trancafiá-los em meu cofre particular para não corrermos nenhum tipo de risco novamente. Tome também muito cuidado para quem irá fazer as perguntas, sabemos que estamos sendo vigiados por todos os lados.
- Entendo claramente Santidade e acredito que em alguns dias devo ter as respostas.
- Então ficamos combinados de voltarmos em alguns dias para as catacumbas em busca de desvendarmos o que está no coração disso tudo.


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