sábado, 9 de março de 2013

Capítulo 23 - JERUSALÉM


Capítulo 23
JERUSALÉM
                                                                                                                            
                                                                         

              

Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, compreendei que se aproxima a sua destruição. Então os que estiverem na Judéia fujam para os montes. Os que estiverem na cidade retirem-se. Os que estiverem no interior não voltem para a cidade. Porque esses serão dias de punição, para se cumprir tudo que está nas Escrituras. Ai das mulheres que estiverem grávidas ou amamentando naqueles dias! Pois virá uma grande calamidade sobre o país e um grande castigo sobre este povo. Cairão a fio de espada e serão arrastados como prisioneiros para todas as nações. Jerusalém será pisoteada pelos pagãos até que se completem os tempos das nações.
 Evangelho São Lucas.



O Sumo Pontífice encontrou a mesma dificuldade para abrir a porta com o símbolo da pomba do  que havia encontrado para abrir a porta por onde havia entrado, só que dessa vez tinha por algum motivo certeza suficiente para insistir na tentativa de abertura.
- Santidade para onde nos levará essa porta?
- Acredito que para fora do palácio, chefe.
- Para que lugar exatamente Santidade, porque parece que nesse momento tudo está cercado.
- Vamos tentar, estou com o pressentimento que estão nos aguardando pelo caminho que fizemos para entrar.
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Os acontecimentos começaram a atropelar toda e qualquer agenda Papal, até as cerimônias foram repensadas dadas a gravidade dos fatos presentes. Muitas guerras atingiram a Cidade Santa, aquela, porém parecia ser definitiva. Todas as nações começaram a se envolver num conflito local e parecia que a paz finalmente passaria de apenas uma lembrança, pois uma guerra naquela magnitude arrancaria a humanidade da face da Terra.
Foi mesmo assim nesses dias alucinados que monge Miguel pediu para falar com o Pontífice. Isso só foi possível acontecer apenas a noite.
- Santidade, os seis pergaminhos tem em seu final um salmo escrito em sua língua original.
- Um salmo!
- Sim uma prece pela proteção de Deus.
- De proteção!
- Sim, Santidade. O salmo 121.
Para todos os cantos onde andava, o Livro Sagrado era companhia do Santo Padre e logo ele correu instintivamente para abrir a Bíblia no salmo citado e começou a pronunciá-lo em voz alta:
- Levanto os olhos para os montes: donde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não deixará que teus pés vacilem, não cochila aquele que te guarda. Não, não cochila nem dorme aquele que guarda Israel. O Senhor é o teu guarda: o Senhor é a tua sombra, ele está à tua direita. O sol não te molestará de dia, nem a lua de noite. O Senhor te guardará de todo mal, ele guardará tua vida. O Senhor guardará tuas idas e vindas, desde agora e para sempre.
- Li várias vezes o salmo para tentar entender, e o que é estranho é que ele está dividido em oito versículos e estão apenas os seis primeiros um em cada pergaminho faltam portanto os dois últimos. – falou o monge.
- Posso imaginar onde eles se encontram.
- Como assim! Vossa Santidade encontrou outros documentos?
- Sim meu jovem, outros três pergaminhos e eles provavelmente contém todos os segredos que estamos procurando por todos esses anos.
- Onde eles estão, Santidade?
- Estão bem guardados, assim que puder vou lhes dar para que possa tentar finalmente decifrar todos esses mistérios, só que antes gostaria de lhe perguntar, o que você acredita ser aquela Sala Sagrada e todos esses mistérios?
- Todos indícios são o de que aquela sala é um centro de proteção não só para o Vaticano, mas para todo o planeta.
- Como assim? – perguntou o Papa querendo entender melhor o que o monge estava querendo dizer.
Monge Miguel então abriu uma pequena caderneta que continha todas as anotações de seus pensamentos sobre tudo aquilo. Já era o tempo em que a tecnologia estava presente em todos os segundos de cada habitante da Terra, só que todos por ali ainda preferiam anotações no papel. Começou então a discursar sobre o que acreditava ser tudo aquilo:
- A Sala Sagrada como acabamos denominando é o centro de um sistema de proteção. Ela possui seis portas que estão voltadas para todos os cantos do planeta, formando uma rede de caminhos. Cada uma como nos pergaminhos possuem letras em hebraico que na verdade são números e que provavelmente mostram de alguma forma onde estão os símbolos que estão faltando nas portas. Eles devem ser de ouro que é o metal mais precioso da Terra e quando colocados em seus locais novamente junto com o Grande Sétimo provavelmente provocarão algum tipo de evento que não sei dizer o que é exatamente. – falou o monge mostrando em suas anotações os números em hebraico e os símbolos que se encontravam nas portas.
- Apenas a colocação das peças no lugar provocaria então um evento de magnitude planetária?
- Mais do que isso, Santidade, deve provocar algo entre o céu e a terra.
- Algo dentro e fora do tempo! – exclamou o Papa olhando para as anotações do monge.
- Mas acredito que o que deve provocar o evento está relacionado não só a colocação das peças em seus lugares, como também a pronuncia na língua original do salmo 121.
- Porque criariam uma sala para proteção e espalhariam suas peças para outros locais do planeta? – perguntou o Papa falando alto consigo mesmo.
- Seria algo como expandir essa proteção para outros cantos da Terra até a volta de Cristo. – respondeu o monge logo de imediato.
- Então se trouxermos essas peças que faltam nas portas da Sala Sagrada de volta ao Vaticano, vamos tirar a proteção que elas fornecem aos locais em que se encontram?
- Provavelmente, Santidade. – respondeu o monge fechando lentamente suas anotações.
- E você conseguiu descobrir em que lugar estão essas peças?
- Ainda não sei dizer exatamente onde elas se encontram. Tenho a impressão que os números em hebraico são uma espécie de coordenada que apontam para a localização das peças, só que eles devem usar algum tipo de código que ainda não conseguimos decifrar.
- Sempre acreditei que por algum motivo, Jerusalém ainda de alguma forma é o centro dos acontecimentos. – disse o Papa.
- Pode ser Santidade. Talvez lá se encontre um dos símbolos e suas proteções. Quem sabe ainda a partir dela possa decifrar como funcionam as coordenadas. – respondeu o monge realmente despertado pela lembrança do Santo Padre.
- Outra questão, você não acha que observando melhor os escritos eles também falam de uma transformação pessoal? – falou o Papa se referindo as frases em que a força Cristica parecia estar presente também nas transformações individuais.
- Sim por isso acredito que a energia dessa Sala Sagrada é tão poderosa, que como o fogo ela pode tanto aquecer a alma do ser como queimá-la.
- Também creio que isso que acredito ser um portal movimentará tanto a terra quanto as estrelas do céu. – afirmou o Santo Padre.


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