Capítulo 37
A FORÇA CRÍSTICA
“Vi então descer do céu um
anjo que trazia nas mãos a chave do abismo e uma grande corrente. Ele agarrou o
dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o acorrentou por mil anos.
Lanço-o no abismo, que foi trancado e selado, para que o dragão não seduzisse
mais as nações até o fim dos mil anos.”
Apocalipse
de João
A
explosão foi tamanha que derrubou a porta sobre o falso profeta e os soldados
que estavam logo atrás dele. O Santo Padre e o Chefe da Guarda Suíça com alguns
soldados foram parar no chão. Os soldados que conseguiram levantar correram
tentando ver o que tinha ocorrido com o filho do mal. Passaram por cima da
porta caída e ao entrarem na Sala Sagrada viram seu corpo completamente
queimado. Desesperados, os soldados que sobraram voltaram correndo pelo corredor
por onde tinham entrado na direção da saída.
O
Chefe da Guarda procurou então socorrer o Santo Padre logo após toda aquela
poeira ter diminuído acreditando que ele não teria conseguido sobreviver.
-
Precisamos sair desses túneis o mais urgente possível Santidade. – falou o
Chefe da Guarda percebendo que o Santo Padre ainda se encontrava vivo.
-
Temos que antes resgatarmos o Grande Sétimo. – falou o Papa tentando se erguer
daquela confusão.
-
Santidade, não deve ter sobrado nada depois daquela explosão.
-
Mesmo assim temos que saber o que aconteceu com a Sala Sagrada. – disse o Papa
já se dirigindo para o lado oposto da saída.
O
Chefe da Guarda foi convencido pela determinação do Santo Padre e teve que
acompanha-lo para o centro da Sala Sagrada. Todas as portas estavam caídas e
perto de uma delas estava o filho do mal todo queimado pela energia que se
desprendeu daquele evento. O cheiro do cadáver era horrível.
-
Precisamos retirar as relíquias. – falou o Santo Padre se dirigindo ao Grande
Sétimo – por favor, Chefe retire as relíquias das portas.
-
Espere Santidade. – disse uma voz que vinha da porta de entrada.
O
Papa e o Chefe da Guarda ficaram novamente assustados sem reconhecer aquele
homem todo coberto de poeira.
-
Sou eu Santidade o monge Miguel.
-
Filho você está vivo? – falou o Papa surpreso ao olhar o homem completamente
empoeirado.
-
Precisamos tentar fazer a verdadeira religação entre o céu e a terra,
Santidade.
-
O filho do mal já tentou e não conseguiu meu jovem.
-
Passei as informações erradas à ele. – disse o monge querendo sorrir e não
conseguindo.
-
Como assim?
-
Disse-lhe que tinha que recitar o salmo 121 em grego e pelo jeito não
funcionou. Aqui está Santidade a forma original em hebraico antigo que deve ser
recitada. Talvez Vossa Santidade consiga abrir as portas dos céus para este
mundo.
-
As portas estão destruídas, provavelmente não conseguiremos realizar essa
façanha. – disse o Papa e logo se contrariando. – Você tem razão meu jovem,
devemos tentar.
O
Santo Padre então dirigiu-se ao jovem monge e pegou o papel que ele trazia consigo
com o salmo a ser recitado na língua original em hebraico.
-
Acho melhor vocês se retirarem para não correrem o risco de serem derretidos
por essa força.
-
Se Vossa Santidade permitir gostaria de estar presente nesse evento. – falou o
monge.
-
Também gostaria de ficar, mesmo porque não temos mais nenhuma porta para
fechar. – falou o Chefe da guarda.
-
Está bem, que seja feita a vontade de Deus em nossas vidas. – disse o Papa
O
Santo Padre então tomou em suas mãos e começou a pronunciar o salmo 121 em sua
língua original. Não encontrou dificuldades, pois já havia visto essas palavras
antes no pergaminho. Ao pronunciar os primeiros sons, os símbolos que estavam
mesmo nas portas caídas começaram a se acender e brilhar individualmente como
pequenos sóis. A luz que eles emitiam se direcionou para o centro onde se
encontrava intacto o Grande Sétimo que também começou a irradiar sua luz direcionada
a claraboia que existia no centro da Sala Sagrada. A cada palavra pronunciada a
energia se potencializava como se fossem sons que alimentassem aquela força.
Aquilo
tudo abriu um grande portal por onde a grande Força Cristica isolou
temporariamente as energias do mal. Pode se ver um novo céu e uma nova terra
sendo criada para um novo tempo. Uma nova dimensão se abriu para todas as
criaturas.
A
Terra, no entanto ainda tinha que se transformar para receber essa nova
frequência e assim o solo tremeu por todos os continentes. Os oceanos invadiram
as terras e novas terras foram criadas pela ausência dos mares.
Tudo
estava sendo preparado para que a Nova Jerusalém fosse apresentada as novas
consciências que habitariam esse novo tempo.
Ao
pronunciar as últimas palavras a energia cedeu momentaneamente. Mesmo assim
podia se ver a coluna de energia ligando o céu e a terra e se espalhando por
todo o Planeta. A luz iluminou o mundo. As trevas cederam diante da
luminosidade. A força Crística deu inicio a transformação desde os maiores até
os menores elementos desta esfera. Corações que estavam prontos sentiram a
força essencial do universo adentrar as suas consciências. O novo dia para toda
a humanidade estava surgindo e os primeiros raios desse dia já podiam ser
sentidos.
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