quarta-feira, 13 de março de 2013

Capítulo 26 - NEM A VIDA NEM A MORTE



Capítulo 26
NEM A VIDA, NEM A MORTE
                                                                                                                            
                                                                         

              

“A hora do castigo está próxima, mas Eu manifestarei a minha Misericórdia.
A vossa época será testemunha de um castigo terrível. Os meus anjos tomarão um cuidado Espiritual de reduzir a nada todos aqueles que se rirem de mim e não acreditarem nas minhas profecias.
Tempestades de fogo serão lançadas das nuvens e estender-se-ão pela Terra inteira.
Tempestades, trovoadas, temporais, chuvas ininterruptas e tremores de terra cobrirão toda a Terra.
Durante três dias, uma chuva ininterrupta de fogo seguir-se-á então para provar que Deus é o Mestre da Criação.
Aqueles que esperarem e que acreditarem nas minhas palavras não terão nada a recear, porque não abandonarei nem àqueles que difundirem a minha mensagem. Nenhum mal acontecerá àqueles que estão em estado de graça e que procuram a proteção de minha Mãe.
Para vos preparar para esta prova, dar-vos-ei sinais e instruções:
A noite será muito fria, o vento surgirá, far-se-á ouvir o trovão.
Fechai então todas as portas e janelas. Não faleis a ninguém do exterior.
Ajoelhai diante do vosso crucifixo. Lamentai os vossos pecados. Rogai à minha Mãe para obter a Sua proteção. Não olheis para o lado de fora durante o tremor de terra, porque a cólera do Meu Pai é Santa. Vós não suportareis a Sua Cólera (Jesus não quer que olhemos com curiosidade a Cólera de Deus, porque Ele deve ser contemplado com Temor e tremor). Aqueles que negligenciarem este aviso serão abandonados e mortos instantaneamente de Terror pela Cólera Divina.
O vento transportará gases envenenados  que se espalharão por toda a Terra.
Aqueles que sofrerem inocentemente, serão Mártires e entrarão no Meu Reino.
Depois destes castigos, os Anjos descerão do Céu e espalharão o Espírito de Paz sobre a Terra.
Um sentimento de gratidão incomensurável, tomará posse daqueles que sobrevivam a esta terrível prova.
Recitai piedosamente o Terço, em comum se possível, ou sozinhos.
Padre Pio.



O caminho que o Papa e seu segurança estavam seguindo era de difícil acesso. Só se via a escuridão, em alguns lugares água empossada, em outros começaram a subir uma escada de degraus todos tortos. Foi quando o secretário olhou para o pulso e disse ao Papa:
- Santidade, já estamos caminhando há dez minutos e nem sinal de chegarmos a qualquer lugar.
- Secretário pelo que me lembro do mapa essa saída nos colocará fora do Vaticano, portanto acredito que vamos realmente caminhar bastante.




No dia 23 de setembro daquele ano o Santo Padre celebrava a festa litúrgica em homenagem a São Pio de Pietrelcina. O Papa era um profundo admirador daquele que fora um sacerdote da igreja que suportou imensas dificuldades atravessando duas grandes guerras e que se tornou inspiração para todos os pontificados.
Durante a cerimonia da missa de Padre Pio como era mais conhecido São Pio de Pietrelcina, o Pontífice que já sentia estar vivendo os últimos minutos do Tempo do Fim, ficou profundamente emocionado ao citar a oração do homem Santo:
“Jesus, Que nada me separe de Ti, nem a vida, nem a morte. Seguindo-Te em vida, ligado a Ti com todo amor, seja-me concedido expirar contigo no Calvário, para subir contigo à glória eterna; Seguirei contigo nas tribulações e nas perseguições, para ser um dia digno de amar-Te na revelada glória do Céu; para cantar-Te um hino de agradecimento por todo o Teu sofrimento por mim. Jesus, Que eu também enfrente como Tu, com serena paz e tranqüilidade, todas as penas e trabalhos que possa encontrar nesta terra; uno tudo a Teus méritos, às Tuas penas, às Tuas expiações, às Tuas lágrimas a fim de que colabore contigo para a minha salvação e para fugir de todo o pecado – causa que Te fez suar sangue e Te reduziu à morte. Destrói em mim tudo o que não seja do Teu agrado. Com o fogo de Tua santa caridade, escreve em meu coração todas as Tuas dores. Aperta-me fortemente a Ti, de maneira tão estreita e tão suave, que eu jamais Te abandone nas Tuas dores. Amém!”

Sentiu-se profundamente emocionado porque de alguma forma sabia que sofreria o calvário pelo qual o Trono de Pedro estava destinado a viver. Isso porque o que o Cristo sofrera era um prenuncio do que viveria sua igreja no fim dos tempos. Tinha, porém as esperanças de que assim como Jesus venceu a morte os cristãos pudessem atravessar esses tempos difíceis e encontrarem o tempo de luz reservado àqueles que vivenciavam sua fé.
Terminada a cerimonia o Santo Padre sentiu uma urgência em parte de seu ser em tentar  definitivamente desvendar todos os mistérios daquilo que o cercava. Pediu então para seu secretário que fizesse urgente a tarefa de traduzir o que diziam os três pergaminhos que estavam em seu poder.
- Amigo Rafael, precisamos urgente de decodificadores especializados nas quatro línguas para definitivamente descobrirmos o que temos que fazer com esses segredos. – disse o Papa se dirigindo ao seu cofre e abrindo-o.
- Já andei conversando com pessoas que poderão nos ajudar Santidade. E quanto ao monge Miguel, devemos repassar alguns dos pergaminhos?
- Vamos, mas primeiro temos que decifrá-los. Ele está sendo vigiado, se repassarmos algo agora para o jovem será algo que nos interesse ser divulgado para os que nos perseguem.
O secretário ficou olhando aquele seu amigo que sempre com sua bondade resolvia todos os conflitos.
- Aqui estão os três pergaminhos, quero que você retire cópias deles e depois os envie aos três cantos do mundo como combinamos para onde não possam ser localizados – falou o Papa desconfiando até do seu cofre particular.
- Entendo, não há lugar seguro por aqui não é mesmo? – falou o secretário pegando os pergaminhos em suas mãos.
- Sim, só tome todo o cuidado possível com esses originais. E faça cópias de forma que sejam traduzidas por várias pessoas e em partes separadas.
- Boa ideia. Estamos realmente lidando com forças ardilosas e que pelo que sabemos tem olhos e ouvidos por todos os lados.
- Isso mesmo, precisamos decifrar tudo nesses dias. Sinto claramente que nosso tempo está terminando. Passe todos os seus afazeres para alguém de confiança e se dedique a esse trabalho.
O secretário saiu com todos os documentos e já foi retirar cópias eletrônicas e as distribuiu em vários arquivos. Convocou vários especialistas em grego, latim, hebraico e em aramaico e de preferencia tradutores que conhecessem também um pouco de cada língua.
Os resultados começaram a ser imediatos graças ao foco colocado pelo secretário naquele trabalho que acabou tomando como uma missão espiritual. Sua atenção estava voltada principalmente para o pergaminho escrito em aramaico porque na oportunidade em que tinha visto não tinha conseguido entender praticamente nada.
Quando com alguns especialistas em idiomas ficou sabendo que a língua aramaica tinha esse nome, pois provinha de Aram e de seu povo os arameus; uma antiga região do centro da Síria. E que foi intensamente utilizado durante o começo da era cristã.
A surpresa realmente se deu quando os tradutores começaram a decifrar o que estava escrito no pergaminho escrito em aramaico. Nele se narrava a história de um povo que estava adentrando na Terra através de seus “céus” e que tinham vindo da estrela mais brilhante que se podia ver desta esfera, lugar ao qual eles chamavam de “outro céu”. Em alguns trechos ainda se referiam aos “céus dos céus” como o lugar de onde tudo se originava. Em resumo o que se contava no pergaminho era que dessa estrela brilhante vinham a maioria das almas de Luz que povoavam os sóis dos sistemas. Só que em muitos lugares como na terra por causa de sua densidade, os “egos” sobressaíram e dessa forma as almas decaíram e se distanciaram do contato com a Essência se rendendo assim às forças involutivas, se tornaram os filhos do mal. Então para que retomassem o caminho inicial, de tempos em tempos grandes seres iluminados eram enviados com suas legiões para que se resgatasse o Caminho da Luz.
Já no pergaminho escrito em latim ficou mais claro que ele se referia a uma rede de proteção para o planeta Terra até que se abrisse novamente o que se denominava “porta” para o retorno do Messias. Nele constava detalhadamente como deveriam ser forjados em ouro os quatro símbolos: terra, fogo, ar e agua; assim como os símbolos do Filho e do Espírito Santo (que se referia a Mãe) e onde encontrar o Grande Sétimo, o Pai que teria vindo dos céus. Também detalhava a Sala Sagrada e como deveria ser construída com especificações milimétricas. Um grande capítulo do pergaminho era reservado para a distribuição dos símbolos ao redor daquele mundo antigo para que assim ele se mantivesse preservado das forças das águas, dos ventos, da terra, e do fogo como também da ira dos homens. Mostrava em números hebraicos onde deveriam ser colocadas as relíquias em “ouro” que não permitiriam com que as forças do “chumbo” se sobressaíssem e tudo se mantivesse em equilíbrio. Além da localização apontava-se também como construir o local sagrado para a instalação das relíquias e como elas deveriam ser armazenadas por seus construtores.
Por fim, no pergaminho grafado em grego constava o ritual necessário para a abertura da “porta” que daria acesso à Nova Jerusalém que se dizia ser o “céu” que tocaria a terra. Nele se citava os outros seis pergaminhos encontrados ao redor do Grande Sétimo que faziam parte integrante do ritual de abertura da “porta”. Citava como utilizar a força dos símbolos, bem como o salmo de proteção escrito em hebraico deveria ser pronunciado em sua grafia original para que o ritual se completasse. Grande parte do pergaminho falava do cuidado de se abrir essa “porta” apenas no tempo em que céus e terras estivessem próximos e que apenas o homem justo e suas palavras seriam a chave para a abertura. Dizia claramente que essa força era um “fogo” que tinha o poder de abrir a porta do bem e a porta do mal dependendo do coração que a utilizasse.
Quando o trabalho estava praticamente encerrado o secretário Rafael tomou de volta dos seus vários auxiliares que trabalhavam em trechos separados todas as anotações, cópias manuais e eletrônicas e teve todo o cuidado de não deixar nenhum tipo de coisa que pudesse ser vasculhada e correu para mostrar tudo aquilo ao Santo Padre.

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