Capítulo 26
NEM A VIDA, NEM A MORTE
NEM A VIDA, NEM A MORTE
“A hora do castigo está próxima, mas Eu manifestarei a minha
Misericórdia.
A vossa época será testemunha de um castigo terrível. Os meus
anjos tomarão um cuidado Espiritual de reduzir a nada todos aqueles que se
rirem de mim e não acreditarem nas minhas profecias.
Tempestades de fogo serão lançadas das nuvens e estender-se-ão
pela Terra inteira.
Tempestades, trovoadas, temporais, chuvas ininterruptas e tremores
de terra cobrirão toda a Terra.
Durante três dias, uma chuva ininterrupta de fogo seguir-se-á
então para provar que Deus é o Mestre da Criação.
Aqueles que esperarem e que acreditarem nas minhas palavras não
terão nada a recear, porque não abandonarei nem àqueles que difundirem a minha
mensagem. Nenhum mal acontecerá àqueles que estão em estado de graça e que
procuram a proteção de minha Mãe.
Para vos preparar para esta prova, dar-vos-ei sinais e instruções:
A noite será muito fria, o vento surgirá, far-se-á ouvir o trovão.
Fechai então todas as portas e janelas. Não faleis a ninguém do
exterior.
Ajoelhai diante do vosso crucifixo. Lamentai os vossos pecados.
Rogai à minha Mãe para obter a Sua proteção. Não olheis para o lado de fora
durante o tremor de terra, porque a cólera do Meu Pai é Santa. Vós não
suportareis a Sua Cólera (Jesus não quer que olhemos com curiosidade a Cólera
de Deus, porque Ele deve ser contemplado com Temor e tremor). Aqueles que
negligenciarem este aviso serão abandonados e mortos instantaneamente de Terror
pela Cólera Divina.
O vento transportará gases envenenados que se espalharão por toda a Terra.
Aqueles que sofrerem inocentemente, serão Mártires e entrarão no
Meu Reino.
Depois destes castigos, os Anjos descerão do Céu e espalharão o
Espírito de Paz sobre a Terra.
Um sentimento de gratidão incomensurável, tomará posse daqueles
que sobrevivam a esta terrível prova.
Recitai piedosamente o Terço, em comum se possível, ou sozinhos.
Padre
Pio.
O
caminho que o Papa e seu segurança estavam seguindo era de difícil acesso. Só
se via a escuridão, em alguns lugares água empossada, em outros começaram a
subir uma escada de degraus todos tortos. Foi quando o secretário olhou para o
pulso e disse ao Papa:
-
Santidade, já estamos caminhando há dez minutos e nem sinal de chegarmos a
qualquer lugar.
-
Secretário pelo que me lembro do mapa essa saída nos colocará fora do Vaticano,
portanto acredito que vamos realmente caminhar bastante.
No dia 23 de setembro
daquele ano o Santo Padre celebrava a festa litúrgica em homenagem a São Pio de
Pietrelcina. O Papa era um profundo admirador daquele que fora um sacerdote da
igreja que suportou imensas dificuldades atravessando duas grandes guerras e
que se tornou inspiração para todos os pontificados.
Durante a cerimonia
da missa de Padre Pio como era mais conhecido São Pio de Pietrelcina, o
Pontífice que já sentia estar vivendo os últimos minutos do Tempo do Fim, ficou
profundamente emocionado ao citar a oração do homem Santo:
“Jesus, Que nada me separe de Ti, nem a vida, nem
a morte. Seguindo-Te em vida, ligado a Ti com todo amor, seja-me concedido
expirar contigo no Calvário, para subir contigo à glória eterna; Seguirei contigo
nas tribulações e nas perseguições, para ser um dia digno de amar-Te na
revelada glória do Céu; para cantar-Te um hino de agradecimento por todo o Teu
sofrimento por mim. Jesus, Que eu também enfrente como Tu, com serena paz e
tranqüilidade, todas as penas e trabalhos que possa encontrar nesta terra; uno
tudo a Teus méritos, às Tuas penas, às Tuas expiações, às Tuas lágrimas a fim
de que colabore contigo para a minha salvação e para fugir de todo o pecado –
causa que Te fez suar sangue e Te reduziu à morte. Destrói em mim tudo o que
não seja do Teu agrado. Com o fogo de Tua santa caridade, escreve em meu
coração todas as Tuas dores. Aperta-me fortemente a Ti, de maneira tão estreita
e tão suave, que eu jamais Te abandone nas Tuas dores. Amém!”
Sentiu-se
profundamente emocionado porque de alguma forma sabia que sofreria o calvário
pelo qual o Trono de Pedro estava destinado a viver. Isso porque o que o Cristo
sofrera era um prenuncio do que viveria sua igreja no fim dos tempos. Tinha,
porém as esperanças de que assim como Jesus venceu a morte os cristãos pudessem
atravessar esses tempos difíceis e encontrarem o tempo de luz reservado àqueles
que vivenciavam sua fé.
Terminada a cerimonia
o Santo Padre sentiu uma urgência em parte de seu ser em tentar definitivamente desvendar todos os mistérios
daquilo que o cercava. Pediu então para seu secretário que fizesse urgente a
tarefa de traduzir o que diziam os três pergaminhos que estavam em seu poder.
- Amigo Rafael,
precisamos urgente de decodificadores especializados nas quatro línguas para
definitivamente descobrirmos o que temos que fazer com esses segredos. – disse
o Papa se dirigindo ao seu cofre e abrindo-o.
- Já andei
conversando com pessoas que poderão nos ajudar Santidade. E quanto ao monge
Miguel, devemos repassar alguns dos pergaminhos?
- Vamos, mas primeiro
temos que decifrá-los. Ele está sendo vigiado, se repassarmos algo agora para o
jovem será algo que nos interesse ser divulgado para os que nos perseguem.
O secretário ficou
olhando aquele seu amigo que sempre com sua bondade resolvia todos os
conflitos.
- Aqui estão os três
pergaminhos, quero que você retire cópias deles e depois os envie aos três
cantos do mundo como combinamos para onde não possam ser localizados – falou o
Papa desconfiando até do seu cofre particular.
- Entendo, não há
lugar seguro por aqui não é mesmo? – falou o secretário pegando os pergaminhos
em suas mãos.
- Sim, só tome todo o
cuidado possível com esses originais. E faça cópias de forma que sejam traduzidas
por várias pessoas e em partes separadas.
- Boa ideia. Estamos
realmente lidando com forças ardilosas e que pelo que sabemos tem olhos e
ouvidos por todos os lados.
- Isso mesmo,
precisamos decifrar tudo nesses dias. Sinto claramente que nosso tempo está
terminando. Passe todos os seus afazeres para alguém de confiança e se dedique
a esse trabalho.
O secretário saiu com
todos os documentos e já foi retirar cópias eletrônicas e as distribuiu em
vários arquivos. Convocou vários especialistas em grego, latim, hebraico e em
aramaico e de preferencia tradutores que conhecessem também um pouco de cada
língua.
Os resultados
começaram a ser imediatos graças ao foco colocado pelo secretário naquele
trabalho que acabou tomando como uma missão espiritual. Sua atenção estava
voltada principalmente para o pergaminho escrito em aramaico porque na
oportunidade em que tinha visto não tinha conseguido entender praticamente
nada.
Quando com alguns
especialistas em idiomas ficou sabendo que a língua aramaica tinha esse nome,
pois provinha de Aram e de seu povo os arameus; uma antiga região do centro da
Síria. E que foi intensamente utilizado durante o começo da era cristã.
A surpresa realmente
se deu quando os tradutores começaram a decifrar o que estava escrito no pergaminho
escrito em aramaico. Nele se narrava a história de um povo que estava
adentrando na Terra através de seus “céus” e que tinham vindo da estrela mais
brilhante que se podia ver desta esfera, lugar ao qual eles chamavam de “outro
céu”. Em alguns trechos ainda se referiam aos “céus dos céus” como o lugar de
onde tudo se originava. Em resumo o que se contava no pergaminho era que dessa
estrela brilhante vinham a maioria das almas de Luz que povoavam os sóis dos
sistemas. Só que em muitos lugares como na terra por causa de sua densidade, os
“egos” sobressaíram e dessa forma as almas decaíram e se distanciaram do
contato com a Essência se rendendo assim às forças involutivas, se tornaram os
filhos do mal. Então para que retomassem o caminho inicial, de tempos em tempos
grandes seres iluminados eram enviados com suas legiões para que se resgatasse
o Caminho da Luz.
Já no pergaminho
escrito em latim ficou mais claro que ele se referia a uma rede de proteção
para o planeta Terra até que se abrisse novamente o que se denominava “porta”
para o retorno do Messias. Nele constava detalhadamente como deveriam ser
forjados em ouro os quatro símbolos: terra, fogo, ar e agua; assim como os
símbolos do Filho e do Espírito Santo (que se referia a Mãe) e onde encontrar o
Grande Sétimo, o Pai que teria vindo dos céus. Também detalhava a Sala Sagrada
e como deveria ser construída com especificações milimétricas. Um grande
capítulo do pergaminho era reservado para a distribuição dos símbolos ao redor
daquele mundo antigo para que assim ele se mantivesse preservado das forças das
águas, dos ventos, da terra, e do fogo como também da ira dos homens. Mostrava
em números hebraicos onde deveriam ser colocadas as relíquias em “ouro” que não
permitiriam com que as forças do “chumbo” se sobressaíssem e tudo se mantivesse
em equilíbrio. Além da localização apontava-se também como construir o local
sagrado para a instalação das relíquias e como elas deveriam ser armazenadas
por seus construtores.
Por fim, no
pergaminho grafado em grego constava o ritual necessário para a abertura da
“porta” que daria acesso à Nova Jerusalém que se dizia ser o “céu” que tocaria
a terra. Nele se citava os outros seis pergaminhos encontrados ao redor do
Grande Sétimo que faziam parte integrante do ritual de abertura da “porta”.
Citava como utilizar a força dos símbolos, bem como o salmo de proteção escrito
em hebraico deveria ser pronunciado em sua grafia original para que o ritual se
completasse. Grande parte do pergaminho falava do cuidado de se abrir essa
“porta” apenas no tempo em que céus e terras estivessem próximos e que apenas o
homem justo e suas palavras seriam a chave para a abertura. Dizia claramente
que essa força era um “fogo” que tinha o poder de abrir a porta do bem e a
porta do mal dependendo do coração que a utilizasse.
Quando o trabalho
estava praticamente encerrado o secretário Rafael tomou de volta dos seus
vários auxiliares que trabalhavam em trechos separados todas as anotações,
cópias manuais e eletrônicas e teve todo o cuidado de não deixar nenhum tipo de
coisa que pudesse ser vasculhada e correu para mostrar tudo aquilo ao Santo
Padre.
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