sábado, 23 de março de 2013

Capítulo 35 - POUCO ANTES DO PAPA SER ASSASSINADO


Capítulo 35
Pouco Antes de o Papa ser Assassinado


           
 Pouco antes de o papa ser assassinado,
 A Igreja terá gêmeos no comando quando o cometa aparecer no céu:
 O dinheiro público será roubado na terra e no mar,
 Pisa, Asti, Ferrara e Turim serão lugares proibidos.
                                                           Nostradamus
                                                                         
                                                                      


Da quarta janela do quarto andar do Palácio Apostólico, o Bispo de Roma pode ver aquilo que ele nunca imaginou presenciar, a Praça de São Pedro estava marejada de vermelho. As profecias sempre se referiram a esse dia, mas poucos acreditavam que tal vaticínio pudesse se cumprir.
- Vossa Santidade.
O Papa podia ouvir o chefe da sua guarda clamar por sua atenção, porém sua mente naquele instante foi além daquele espaço e daquele tempo, voltou para um momento distante do passado.
- Não podemos mais permanecer aqui Vossa Santidade. Temos que nos retirar urgentemente. – disse em tom de desespero o chefe da Guarda Suíça, já quase tocando o Papa e também olhando de relance pela janela do Palácio.
No entanto, aquela voz ainda parecia soar distante na consciência do Papa e sua atenção continuava numa retrospectiva do passado.
Um grande estrondo pôde ser ouvido e sentido ao mesmo tempo, o palácio tremera e o Chefe da Guarda Suíça apoiou o Santo Padre para que ele não caísse. Só assim a atenção do Papa aparentemente tinha voltado para tudo aquilo que o cercava. Apenas aparentemente, pois o transe não havia terminado.
Podia se ouvir os invasores procurando derrubar as portas do palácio. O respirar do Chefe da Guarda Suíça denunciava o seu desespero e mesmo assim o Papa se mantinha preso as suas recordações.
O Papa deu sinais de que voltaria a realidade que o cercava então disse ao Chefe da Guarda:
- Precisamos levar conosco o Grande Sétimo.
O Guarda ficou surpreso e nada entendeu ao que se referia o Papa e essa dúvida levou novamente o Pontífice a se recordar do seu primeiro contato com as revelações do Vaticano.
A situação cada vez mais crítica com a invasão do palácio do Vaticano fez com o Papa retomasse maior noção dos eventos que o cercava e disse ao Chefe da Guarda:
- Venha e acompanhe Chefe!– disse o Papa conduzindo o chefe da guarda por uma porta secreta.
Ainda mesmo que lentamente o Pontífice se colocou por um caminho na direção da Catedral de São Pedro e o que mais surpreendeu era que ele seguia na direção das catacumbas, um lugar que parecia ser perigoso, pois se os soldados já estivessem invadido o Vaticano o primeiro lugar que eles entrariam com certeza seriam na Catedral e na Capela Sistina.
O Papa entrou pelos corredores das catacumbas do Vaticano como se fossem os caminhos do quintal de sua casa nos tempos em que ainda era criança. O Chefe da Guarda o acompanhava surpreso com a vitalidade que ainda tinha aquele homem já de idade bem avançada. Ao chegar diante do mural de entrada da Sala Sagrada perguntou ao Papa:
- Para onde iremos agora, Santidade?
O Santo Padre colocou o dedo indicador sobre os lábios pedindo silencio ao Chefe da Guarda. Os dois ficaram em silencio e parecia que um grande barulho vinha de cima das catacumbas, deduziram que provavelmente a Catedral de São Pedro podia estar sendo invadida. 
Quando parecia que o silêncio havia reaparecido, o Santo Padre pegou um saquinho de pano que trazia por trás de sua túnica e retirou um anel que o Chefe da Guarda desconhecia e o colocou num centro de um sol e pareceu destravar alguma coisa. Repetiu então o mesmo gesto do outro lado com o Anel do Pescador que se encontra no seu dedo da mão direita. Ouviu então outro destravamento.
- Vamos agora empurrar. – disse o Papa indicando como se fazia para abrir aquilo que não se imaginava ser uma porta
- Para onde estamos indo Sumo Pontífice? – cochichou o chefe da guarda.
- Vamos pegar o Grande Sétimo.
- O que é esse Grande Sétimo, Santidade?
- É o que o filho do mal está tentando localizar invadindo o Vaticano.  
O Papa e o chefe da guarda caminharam pelo corredor completamente escuro. O chefe como era um homem sempre rápido em suas ações pegou o celular e conseguiu assim um pouco de luz no caminho.
- Santidade, estou sentindo meus pés encherem de água, parece que estamos descendo para uma poço!
- Não se preocupe Chefe, essa água deve vir de alguma fonte que corre por baixo das catacumbas. Na primeira vez que estive por aqui também fiquei assustado. A entrada da Sala Sagrada parece estar num nível acima dessas aguas, logo bateremos à sua porta.
A persistência deu resultado, após alguns minutos o Papa e o Chefe da Guarda estavam diante da porta de entrada da Sala Sagrada.
- Parece que estamos diante de uma porta. – falou o Chefe da Guarda apontando a luminosidade do celular para a parede diante de seus olhos.
- Espere vou destravar a porta. – disse o Papa tentando colocar um de seus anéis no que parecia ser algum tipo de fechadura.
O Chefe da guarda tomou a iniciativa novamente tentando com o celular acompanhar as mãos do Santo Padre na tentativa de destravar a porta.
- Agora Chefe, preciso de sua ajuda para abrir essa passagem – disse o Papa pegando na mão do Chefe da Guarda e indicando de que forma ajudaria na abertura da porta.
O Chefe da Guarda compreendendo o que deveria ser feito, forçou a porta para dentro que era o sentindo em que ela abriria.
A luz assim foi aparecendo lentamente e os dois homens não conseguiam olhar para a claridade. O Chefe da Guarda Suíça tomou a iniciativa de entrar no novo ambiente que para ele era desconhecido e ficou impressionado com a Sala Sagrada.
- Que lugar é esse Santidade?
 Quando o Papa e o Chefe da Guarda adaptaram-se melhor naquela pequena sala, as perguntas voltaram com toda a força:
- Santidade, afinal onde estamos? Que lugar é este?
- Estamos no coração do Vaticano.
- No coração!
- Sim, aqui está toda a energia central do Vaticano. O Chefe da Guarda ficou olhando ao seu redor querendo entender sobre o que o Papa estava se referindo quando disse que ali estava toda a energia do Vaticano. Não via nenhum tipo de máquina ou qualquer forma de gerador, apenas uma pequena sala em formato estranho, não era circular nem retangular, parecia ter sido construída em forma de um hexágono e que por ter andado em um túnel e na escuridão o tempo todo não conseguia decifrar onde eles se encontravam exatamente.
- Onde está o gerador de toda a energia Santidade? É isso que estamos procurando?
- Calma chefe, logo estaremos diante do Grande Sétimo. – disse o Papa se dirigindo para o centro da sala.
De relance, o Chefe da Guarda olhou para trás e viu por onde tinham entrado e reparou que realmente existiam outras cinco paredes que não sabia se podia ser outras portas de entrada ou saída.
Enquanto o Papa se dirigia ao centro da Sala Sagrada, o Chefe da Guarda continuava a reparar no ambiente em que se encontravam, talvez fosse a força do hábito de sua profissão. Observou então com detalhes o ambiente em que estava e realmente a sala formava um hexágono e em parede ou porta existiam símbolos que pareciam letras que ele desconhecia.
- Chefe. - disse o Papa voltando-se ao seu acompanhante antes de atingir o meio da sala e continuou – acho melhor fecharmos a porta por onde entramos.
- Santidade, depois saberemos como sair dessa sala?
 - Fique tranquilo. Daremos um jeito.
O chefe da guarda atendeu ao pedido do Santo Padre, voltou-se e encostou a porta com receio de que depois não conseguiriam mais abri-la. Fez tudo isso rapidamente não querendo perde os passos que o Papa tomava na direção do centro da pequena sala. Quando pareceu ter ouvido um barulho que vinha de fora da sala por trás de algum daqueles labirintos de tuneis.
- Chefe tranque a porta.
O homem então correu para não apenas encostar e sim puxar a porta pelo lado de dentro da sala e ela acabou realmente de alguma forma se fechando. Assim, o Pontífice se sentiu mais seguro e quando chegou ao centro da sala colocou suas mãos na altura do peito e desabotoando alguns dos botões retirou um bolso que estava por dentro de suas vestes perto da altura de seu coração.
O Santo Padre então retirou do pequeno saquinho de pano que trazia consigo um anel que o chefe da guarda nunca havia visto. Tinha a cor de uma gema de ouro e brilhava como se tivesse saído daquele mesmo instante de um ourives.
- Santo Padre o que fazemos agora?
- Aguarde um momento chefe, vamos retirar o Grande Sétimo.
O Papa então pegou o anel e colocou no dedo médio de sua mão esquerda.
Só então o chefe da guarda que era tão observador percebeu que o Papa também estava com o anel do pescador em sua mão direita.
Somente quando o Santo Padre estava no meio da sala, fechou as duas mãos e agachando as direcionou para o chão. O chefe da guarda achando tudo aquilo estranho perguntou:
- Santidade o senhor precisa de ajuda?
O Papa então sorriu para o chefe da guarda percebendo que ele acreditava que estava na verdade sentindo algum tipo de mal estar.
- Com certeza vou precisar. Por enquanto vou destravar o que consigo sozinho. Somente quando o Santo Padre estava no meio da sala, fechou as duas mãos e agachando as direcionou para o chão.
De forma lenta o Santo Padre agachou-se e colocando suas duas mãos abertas colocou os dois anéis que estavam nos dedos de suas mãos e os colocou nos fechos. O Chefe da Guarda ouviu um pequeno estalo. Depois repetiu a mesma operação na parte inferior da estrela cravada no chão e ao dirigir-se ao centro da estrela disse:
- Aqui preciso de sua ajuda, chefe. Pegue esse anel e o encaixe nessa abertura lateral. Quando  eu disser você o gire para tentarmos abrir a trava central.
O chefe da guarda pegou o anel e o colocou no feche esperando a ordem do Papa, assim que isso ocorreu ele girou o anel e pode se ouvir a trava abrir-se. Ao retirar-se um pouco de cima do mármore do centro a pedra subiu sem esforços.
- Ajude-me a movê-la para o lado chefe. – disse o Papa tentando arrastar o peso para uma das laterais.
Naquele mesmo instante o semblante do chefe da guarda brilhou. O fascínio do dourado da pedra não brilhava apenas os rostos e sim toda a sala mostrando uma luz resplandecente. O Santo Padre então aguardou acontecer o que já conhecia. O centro da sala sem a pedra de mármore que na verdade era uma espécie de tampa, se ergueria automaticamente e a relíquia se apresentaria como se estivesse desabrochando.
A pedra tinha o tamanho de um ovo de avestruz, lapidada de forma hexagonal se encaixava numa espécie de casa e quando o Papa a retirou o Chefe da Guarda percebeu que ela possuía três faixas desenhadas em formato de xis que transpassavam dos dois lados da joia.
Mais uma vez o Pontífice surpreendeu e retirou de seu habituario um saco de feltro e envolveu o que ele denominava de o “Grande Sétimo”.
- Chefe, por favor, vamos tentar colocar a pedra de mármore em seu lugar. – disse o Papa colocando o Grande Sétimo no chão e já tentando ajudar o seu companheiro a colocar a tampa de mármore que guardava a pedra dourada.
- O que fazemos agora Santidade? – falou o chefe da guarda depois de ter conseguido colocar a tampa.
- Precisamos agora nos retirar e levar o Grande Sétimo conosco para fora do Vaticano.

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