sábado, 2 de março de 2013

Capitulo 17 - SOB O REINO DO MESSIAS


Capitulo 17
SOB O REINO DO MESSIAS
                                                                                                                            
            



...o mundo durará seis mil anos:
Dois mil em confusão,
Dois mil sob a lei,
E dois mil sob o reino do Messias.
                                               Elias, doutor.
                                      
  


Somente quando o Santo Padre estava no meio da sala, fechou duas mãos e agachando as direcionou para o chão. O chefe da guarda achando tudo aquilo estranho perguntou:
- Santidade o senhor precisa de ajuda?
O Papa então sorriu para o chefe da guarda percebendo que ele acreditava que estava na verdade sentindo algum tipo de mal estar.
- Com certeza vou precisar. Por enquanto vou destravar o que consigo sozinho.



Sem menos espera o Santo Padre que ainda estava com o anel em seus dedos o levou ao buraco e movimentou a mão a espera de algum tipo de destravamento, o que aconteceu. Mesmo ouvindo o barulho a porta não se abriu, acreditaram que ela era igual ao portal, então tentaram arrastá-la primeiro da direita para a esquerda e depois da esquerda para a direita e nada se movia. Tentaram então empurrar como uma porta comum e também não conseguiram. O monge então colocou o dedo na fechadura e a puxou para o lado de fora, enfim ela começou a se mover.
Ao abrir a porta mesmo lentamente, ficaram alegres com o que viam uma sala em formato hexagonal. Outras cinco portas além daquela pela qual eles haviam entrado se apresentavam e cada uma com um símbolo cravado bem no meio e o mais inacreditável, eles aparentemente estavam nas catacumbas em plena escuridão e mesmo assim ali existia uma pequena cúpula no teto por onde uma luz não se sabe de onde iluminava o ambiente.
- Miguel, essa sala é idêntica a que encontramos no mapa. De uma olhada.
O monge ficou surpreso ao ver o Santo Padre com o pequeno pergaminho que haviam descoberto em Castel Gandolfo.
- Realmente Santidade, e nós entramos por uma daquelas retas nas pontas da estrela que pareciam mesmo ser caminhos. Provavelmente então ainda existam outros cinco caminhos para se chegar até essa sala.
- Meu jovem, observe os símbolos nas portas são os mesmos do livro em que você encontrou o selo de Salomão, só que com outra inscrição abaixo.
- Verdade Santidade.
O monge ainda estava com a lanterna acesa e a mirou para baixo e viu novamente o símbolo da estrela de seis pontas desenhada no chão de mármore da sala.
- Veja Santidade cada porta também está sendo tocada por uma ponta da estrela e ela assim forma um hexágono que está gravado no chão. – falou o monge movimentando a lanterna para ficar mais claro as marcas sobre os seus pés.
- Preste atenção Miguel, em cada encontro das linhas dos dois triângulos parece termos uma abertura de fechadura.
Mais uma vez o monge pegou sua lanterna e a aproximou das aberturas, elas eram parecidas com as que tinham visto no mural e na porta de entrada da sala. Sem pestanejar o Santo Padre tentou abrir colocando o anel com o selo de Salomão na abertura e dessa vez não funcionou em nenhuma das seis fechaduras, ao colocar o anel e girar a mão nenhum tipo de destravamento ocorreu.
Dessa forma os dois homens ficaram olhando o em torno buscando outro segredo que poderia fazer com que descobrissem o que o centro daquela sala reservava. O monge mesmo com a claridade focava sua lanterna em todos os cantos querendo descobrir outros segredos. Observaram então que debaixo de cada símbolo de cada porta se encontravam outras seis fechaduras e o Papa então colocou o anel em uma dessas aberturas e então somente o que ocorria era que o símbolo que lá estava se aprofundava e parecia deixar uma profundidade para que se colocasse algo por cima dele.
O Santo Padre voltou-se para o centro da sala olhando o centro da estrela marcada no chão então posicionou-se de frente e se ajoelhou. Tinha o anel com o selo de Salomão em sua mão esquerda e então olhou para a sua mão direita e se recordou do anel de pescador. Instintivamente colocou os dois anéis um em cada buraco e torceu as mãos, foi quando percebeu que parecia que algo havia se movimentado. Tentou fazer o mesmo no par seguinte só que não alcançava os dois buracos e tentou abrir um a um e nada ocorreu. Tentou destravar então o terceiro par de fechaduras e ele se abriu. Apenas o par do meio não se movimentou. Tirou o anel com o selo e o entregou ao monge:
- Vamos tentar abrir o terceiro segredo colocando juntos os dois anéis.
O monge então colocou o anel em seu dedo e o Papa que já estava com o anel do pescador em sua mão direita afirmou:
- Agora.
Quando os dois homens encontraram sincronia no movimento das fechaduras elas então se abriram.
O mármore se moveu e algum tipo de pressão o fez subir e depois que conseguiram deslocar a pedra pode se ver um hexágono de ouro e dentro dele uma pedra dourada de um brilho exuberante e ao redor da joia encontravam-se seis casulos que portavam seis pergaminhos enrolados em pé.
- Meu Deus. – pronunciou o monge.
- Que tipo de riqueza será que encontramos meu jovem?
- Não sei dizer Santidade, ainda o que é tudo isso, mas é magnifico e provavelmente muito importante para todos nós.
- Poderia tocar os pergaminhos, Santidade?
- Claro meu jovem monge você merece conhecer essas revelações.
Monge Miguel então pegou um dos seis pergaminhos aleatoriamente. Ficou feliz ao observar que as inscrições estavam em latim, língua que lhe era familiar. Então observou que no cabeçário estavam as mesmas letras das portas e os símbolos abaixo e depois disso leu o titulo em voz de surpresa:
- Sob o Reino do Messias.
Não sabiam o que dizer. Ficaram um olhando para o outro e abaixo do titulo estavam gravados o símbolo e as letras de uma das portas.
- Tudo isso é uma grande riqueza que temos que explorar com calma, pois elas devem fazer parte de um plano maior e precisamos decifrar tudo isso com tranquilidade. Agora vamos ter que voltar para que não desconfiem de nossa busca prolongada.
- Vossa Santidade tem completa razão. – falou o monge já pronto para devolver o pergaminho ao seu lugar.
- Vamos levar apenas dois desses pergaminhos para que ninguém desconfie e vamos estuda-los em segredo.
- Santidade, tenho medo de que aconteça o que aconteceu com o livro na biblioteca, depois que o devolvi e fui novamente procura-lo ele tinha desaparecido.
- Verdade. Por mais que possamos tentar guardar segredo sobre essa sala, corremos o risco de que ela seja encontrada, afinal são seis portas que podem estar conectadas a diversos lugares do Vaticano. Temos que olhar tudo com muita calma. Será que conseguiríamos esconder os seis pergaminhos em nossa saída?
- Podemos tentar Santidade, vamos ficar com três para cada.
Os dois homens pegaram cada um três pergaminhos procuraram esconde-los de alguma forma sobre as suas batinas. Depois devolveram a tampa de mármore para a abertura que com o peso voltou a ficar rente com o piso, então o Papa com seus anéis fechou novamente as travas.
- Quanto a essas outras portas Santidade, não deveríamos ver onde elas dão?
- Todas elas tem como chegada a sala em que estamos e o encontro dessas relíquias, então depois de descobrirmos tudo o que temos nas mãos vamos verificar o que fazemos com esses outros caminhos. Vamos agora sair e voltar por onde entramos, nosso secretário deve já estar curioso e muito preocupado com nossas buscas.
Fizeram então o caminho de volta até chegar ao mural e com a ajuda de seu amigo e novo secretário geral conseguiram colocar a porta de novo.
- Santidade, são boas as novidades?
- Parecem ser ótimas, amigo. – respondeu o Papa e continuou – agora precisamos deixar recomendações ao monsenhor para que ninguém se aproxime desse que para nós é um portal para um conhecimento que nem podemos ainda imaginar o que seja.
As portas se abrem quando a consciência está pronta.
Assim foi feito, o secretario geral convocou o monsenhor responsável por todas aquelas escavações e pediu para que aquelas buscas fossem temporariamente suspensas. Quis saber os motivos, então disseram que era uma ordem Papal que deveria ser de todas as formas respeitadas.

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