segunda-feira, 11 de março de 2013

Capítulo 24 - FATIMA


Capítulo 24
FÁTIMA
                                                                                                                            
                                                                         

              

Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo em a mão esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contato do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitencia! Penitencia! Penitencia! E vimos n’uma luz imensa que é Deus: “algo semelhante a como se veem as pessoas n’um espelho quanto lhe passam por diante” um Bispo vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”. Vários Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruinas, e meio tremulo com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho: chegado o cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e várias pessoas seculares, cavalheiros e  senhoras de várias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, neles recolhiam o sangue de Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus.
Irmã Lucia.




Com a insistência do Papa a porta com o símbolo da pomba acabou se abrindo.
- Deixe-me ir a frente, Santidade. – falou o secretário já caminhando na direção da saída.
O corredor parecia não ter sido aberto há séculos. Teias de aranha se entrelaçavam e formava o que parecia ser uma rede de cordas, A escuridão parecia ser ainda maior do que aquela que tinham encontrado no túnel por onde haviam entrado. Só que o silencio era profundo, dando a impressão que realmente o Papa havia escolhido o melhor caminho a percorrer.


A situação mundial parecia espantar a paz para longe do planeta e a preocupação de todos no Vaticano fossem spiritualis fossem iluminatis era a de que a guerra que cercava Jerusalém poderia eventualmente tornar-se global e ai se concretizar o que se acreditava ser o Armagedom.
Percebendo que as instituições mundiais tinham perdido a sua influência no mundo em virtude de ter surgido outra realidade planetária, os novos líderes sentiram a necessidade de se criar um governo mundial para enfrentar tamanha crise. Informado extraoficialmente o Sumo Pontífice buscou reunir os lideres mundiais inclusive lideranças religiosas para discutirem aquela situação. Antes, porém reuniu-se com seu secretário e mostrou-lhe as algumas cartas que estavam sobre sua guarda.
- Tenho algo a lhe mostrar amigo secretário.
- Morro de medo quando Vossa Santidade me convoca para novidades! – falou o secretário com uma voz cerimonial.
O Papa entregou o que parecia serem cartas escritas em língua portuguesa sem identificar o que seria aquilo. O secretário começou a ler sem inicialmente perceber o que seria. Estranhou por estarem escritas de forma cursiva o que não era mais comum, pois o mundo agora vivia apenas de inscritos impressos ou digitais.
Demoram apenas alguns minutos e o secretário chegou ao final não imaginando que um dia iria tocar tais documentos históricos. Quando teve certeza que aquelas cartas eram de Irmã Lucia o homem sentiu uma energia tomar conta de sua consciência. Uma espécie de revelação tinha invadido algo que parecia estar em toda a sua vida. Ele já havia lido em vários lugares aqueles segredos, mas poder tocá-los era como sentir uma mensagem que vinha da eternidade.
- Será Santo Padre que esse será nosso destino? Morrermos defendendo o Trono de Pedro?
- Se for amigo, que seja feita em nós a Vontade de Deus. Confio em Seus propósitos. – respondeu o Papa pegando outros escritos que estavam em sua mesa ao lado de um envelope que possuía selos deslacrados de onde o Papa havia retirado as primeiras cartas – leia essas outras cartas também.
Dessa vez o secretário sentou numa cadeira e começou a ler outras cartas que tinham aparentemente a mesma letra que continha nas outras que eram conhecidas por todos como as Profecias de Fátima. A cada linha que lia sua consciência começou a entrar em cada palavra e em cada momento a que se referiam aqueles pensamentos. Vivenciou então cada um daqueles eventos não como um espectador e sim como um personagem vivo da história. Sentiu o ódio, a dor, as pestes, o sofrimento das almas que se encontravam naquela hecatombe. O Papa observava o rosto de seu secretário e viu o seu pesar por tanto sofrimento humano e quando terminou de ler os escritos baixou a cabeça num profundo silencio que ecoou por todos os cantos da sala.
Respeitando tudo aquilo, o Santo Padre sentou-se a frente de seu secretário e também manter-se em silêncio que foi quebrado apenas por seu amigo que parecendo não acreditar no que havia lido, pegou as folhas e novamente as levantou sobre a mira de seus olhos querendo buscar algum tipo de esperança para os justos. Nada encontrando se recordou das citações do profeta Isaías e pegou o Livro Sagrado que estava ao seu alcance em busca do capítulo vinte e quatro, e então disse:
- Isso me faz lembrar as palavras do profeta Isaias: ‘Eis que o Senhor fende a terra e a destrói, transforma sua superfície e dispersa os habitantes. E acontecerá o mesmo ao povo como ao sacerdote, ao escravo como ao comprador, ao que empresta como ao que toma emprestado, ao credor como ao devedor. A terra será totalmente devastada e inteiramente saqueada, porque o Senhor assim o decretou. A terra está de luto, ela murcha, desfalece e murcha o universo, desfalece a elite do povo da terra. A terra foi profanada por seus habitantes, porque eles transgrediram as leis, passaram por cima dos preceitos, romperam a aliança eterna. Por isso a maldição devora a terra, e são culpados os que nela habitam. Por isso os habitantes da terra são consumidos e poucos são os que restam. O vinho novo está triste, desfalece a vinha, gemem todos os que tinham coração alegre. Cessou o som alegre dos tamborins, acabou o alvoroço dos folgazões, cessou o som alegre da cítara. Já não se bebe mais vinho ao som da canção, o licor é amargo para os que o bebem. Está destruída a cidade do caos, todas as casas estão fechadas, não se pode entrar. Grita-se por vinho nas ruas, toda alegria desapareceu, o regozijo foi banido do país. Na cidade restou apenas desolação, a porta está demolida, em ruínas. Porque acontecerá no meio da terra, entre os povos, como quando se sacode a oliveira, como por ocasião da rebusca, ao término da vindima. Eles levantaram a voz, aclamam a majestade do Senhor, exultam desde o lado do mar. Por isso glorificai o Senhor no oriente, o nome do Senhor Deus de Israel nas ilhas do mar. Desde as extremidades da terra ouvimos cânticos: “Glória ao Justo!” Mas eu digo: “Infeliz de mim, infeliz de mim, ai de mim!” Os Traidores traíram. Traição! Os traidores traíram! Contra ti há pânico, cova e laço, ó habitante da terra! Quem fugir do grito de pânico cairá na cova, quem se levantar da cova será preso pelo laço. Porque as comportas do alto se abrem e os fundamentos da terra tremem. A terra se quebra, a terra é abalada violentamente, a terra é fortemente sacudida. A terra cambaleia como um bêbado, é agitada como uma cabana. Sua rebelião pesa sobre ela, cairá para não mais se levantar. Naquele dia, o Senhor visitará o exercito do alto, no alto, e os reis da terra, na terra. Eles serão amontoados, prisioneiro em uma fossa; serão encerrados em uma prisão e, depois de muitos dias, serão castigados. A lua ficará vermelha, o sol terá vergonha, porque o Senhor Todo-poderoso é rei no monte Sião e em Jerusalém, e diante dos anciãos está a sua gloria!’
- Realmente esse apocalipse de Isaias narra algo semelhante com as cartas de Irmã Lucia e ainda tem citações claras da relação de Jerusalém no contexto geral da história.
- Santidade, precisamos de alguma forma mostrar essas cartas aos lideres que logo se reunirão conosco para tratarmos dessa profunda crise.
- Foi por isso que as mostrei a ti amigo, para que me acompanhasse na decisão de mostrar essas Profecias de Fátima aos líderes desse mundo. – falou o Santo Padre observando a atitude daquele seu amigo, e de quem tanto se orgulhava de tê-lo escolhido como seu conselheiro.
- Provavelmente não entenderão profundamente a mensagens que estão aqui escritas. – falou o secretário.
- E você acha que devemos mostrá-las de que maneira?
- As três profecias de uma forma geral já estão disponíveis nos meios eletrônicos já há muito tempo, agora esse complemento com visões claras de uma hecatombe mundial acho que devemos expor de forma clara em um telão para que todos sintam o poder dessas palavras. – disse o secretário ainda segurando as cartas.
- Precisamos fazer de tudo para que eles compreendam a gravidade do que está acontecendo e todas as citações que pudermos encontrar de nossa situação atual, e mostrar que as profecias estão se cumprindo. Necessitamos tentar despertar a solidariedade humana, porque a pulsão egocêntrica individual que vem sendo motivada durante tantos anos nas esferas sociais parecem agora estarem extravasando para o contexto coletivo. – desabafou o Papa ao seu amigo com um ar de profunda preocupação.
- Fique tranquilo Santidade, vamos fazer o máximo para mostrarmos o que está acontecendo em nosso tempo para que eles possam entender as responsabilidades que estão assumindo com cada decisão que possa ser tomada.
- Sabe meu amigo, muitas vezes me parece que nós como humanidade estamos caminhando para um caminho que não tem mais volta. São tantos os erros que vem sendo repetidos sistematicamente que parece que realmente as profecias se cumprem não porque parecem ser uma coisa irreal, fora do tempo e sim porque é como um pai que vem sempre dizendo ao seu filho que o caminho que está sendo percorrido o levará a circunstâncias desastrosas e mesmo assim ele continua insistindo em cumprir um destino de sofrimentos até que não tem mais volta e se cumpre o que o pai vinha sempre alertando.
Há momentos em que o que está escrito se cumpre sem que outra possibilidade se apresente.
- Parece mesmo Santo Padre que os homens vêm insistindo em andar por caminhos negativos e que a cada dia colhem mais frutos amargos desses erros e não conseguem se redimir dessas atitudes mudando de rumo. – falou o secretário concordando com o raciocínio de seu líder.

Nenhum comentário:

Postar um comentário