Capítulo 32
A ÚLTIMA VIAGEM
Haverá três guerras mundiais. A primeira durará quatro anos, a
segunda cinco anos e a terceira cinco meses. A primeira trará a forme, a
segunda trará o ódio, a terceira os venenos.
Conde
Hamon
Os
homens que acompanhavam o anticristo tiraram o Grande Sétimo das mãos do Papa a
força e a entregaram ao filho do mal.
-
O Senhor não imagina como procurávamos essa joia, chegamos a pensar que ela era
apenas uma criação da mente dos místicos. – disse o filho do mal com os olhos
cheios de cobiça.
- O que você pretende fazer com ela?
-
Abrir as portas de uma outra dimensão para este mundo.
O filho do mal
mandou recados claros ao Sumo Pontífice, de que conquistando o poder politico e
monetário como estava ocorrendo, buscaria agora o poder religioso criando uma
única religião para se espalhar pelo mundo e para isso tinha o apoio do falso
profeta, aquela que havia conseguido apoio de uma parte dos bispos da própria
Igreja Católica Apostólica Romana.
Com esses eventos a
viagem que estava agendada pelo Santo Padre à terra escolhida para a nova sede
se confirmou. E o mais rápido possível se formou uma comitiva papal que
temporariamente se transferiu para longe do conflito mais acirrado.
Nesse dia o filho do
mal uivou blasfemando contra a Santa Sé, acusando o seu Pontífice de covarde
por ter abandonado o Vaticano sem mesmo ter sido afrontado.
Assim que aterrissou
em terras distantes ao Vaticano o líder do Trono de Pedro começou a colocar os
seus planos em prática. Chamou seu secretário e lhe fez alguns pedidos:
- Amigo Rafael,
gostaria que você convocasse os Cardeais que pudessem estar aqui conosco para
que juntos chegássemos a um acordo sobre os caminhos de nossa Igreja.
- Vou precisar de
alguns dias, Santidade.
- Tenho a intenção de
criar uma segunda sede de nossa igreja nessa nova terra. Isso porque se
realmente acontecer o que eu acredito que está por vir com o Vaticano, vamos criar
a possibilidade de que ela floresça em outro lugar da Terra.
- Vossa Santidade
pensa então em mudar a sede do Vaticano para cá? – falou o secretário querendo
entender melhor o que seu líder tinha em mente.
- Não, essas terras
serão sede de nossa Igreja, apenas se o Vaticano for destruído.
- Entendo. –
respondeu o secretário de forma pensativa.
- Convoque então
todos que puderem estar conosco para decidirmos juntos esses novos rumos e
tempos para nossa Igreja.
Nesses mesmos dias a guerra
do anticristo para levar todo o seu poder para o restante do planeta se
intensificou e partindo do oriente na direção do ocidente seu sucesso era
avassalador tanto que em poucas semanas centenas de cidades iam caindo diante
de seu poder.
Diante da urgência o
Santo Padre fez algo que parecia um breve concilio e sugeriu aos seus cardeais
que puderam estar presente:
- Sugiro que possamos
instalar uma segunda sede do Trono de Pedro nessas terras que vem pelo menos
temporariamente sendo preservada das guerras de nosso opositor.
Todos os cardeais
sussurram entre si e um deles fez um alerta:
- Não correríamos o
risco de criarmos a possibilidade de um novo cisma como aconteceu no passado
entre a igreja de Roma e a de Constantinopla?
- Sim Eminência
sempre corremos esse risco, só que hoje corremos um risco ainda maior o de que
nossa sede no Vaticano seja completamente destruída e assim ficarmos sem uma
nau para dirigirmos e também é uma forma de buscarmos descentralizar o poder. –
respondeu o secretário.
- Pretendo voltar ao
Vaticano por esses dias. – disse o Papa aos seus bispos.
Ouviram-se sussurros
altos como que um murmúrio de dor.
- Santidade estará
exposto demais e correrá o risco de perder a vida no Vaticano, isso porque o
avança do filho do mal sobre a Europa é uma questão de dias. – falou o
patriarca de Jerusalém.
- Meu destino é ser
fiel até os últimos dias de minha vida em defesa da nossa herança do Trono de
Pedro, pois ele foi capaz de doar a sua vida e morrer crucificado de ponta
cabeça defendendo sua fé.
Os bispos comentavam
entre si de que o Santo Padre realmente era digno de ser denominado de Pedro
Segundo.
- Foi por esse motivo
que os convoquei. Desejo que façamos aqui nessa terra uma nova sede para uma
eventual destruição do Vaticano e mais do que isso, estou convidando a todos os
meus queridos Cardeais, principalmente os que perderam suas dioceses, que se
quiserem me acompanhar nesse desafio de retornar ao Vaticano e desafiar o filho
do mal. – falou o Papa prestando claramente atenção na reação daqueles que se
encontravam no ambiente.
- Santidade, sugiro
que então nos dividamos em duas frentes. Uma irá com Vossa Santidade de volta
ao Vaticano e a outra ficará nessas terras para proteger também nossa fé. Em
meu caso decido vos acompanhar e sugiro que o secretário Rafael fique aqui para
coordenar a manutenção dessa segunda sede. – falou o Patriarca de Jerusalém.
- Daqui a alguns dias
estarei voltando ao Vaticano, aqueles que quiserem me acompanhar tem esses dias
para decidir sobre suas escolhas. E quanto a Rafael – disse o Papa se dirigindo
ao seu amigo – a ideia de nosso Patriarca tem o meu apoio, se o Cardeal Rafael
e todos aqui presentes concordarem Vossa Eminência ficaria aqui para liderar
nossa igreja.
Todos os presentes
ficaram a espera de uma resposta do secretário.
- Santidade, sou um
servo de Deus e de nossa Igreja, aquilo que for decidido por todos nós
receberei como uma missão.
- Aquele que
porventura discordar dessas nossas decisões tem a palavra. – falou o Papa
esperando outra sugestão ou manifestação, que não ocorreu. – Estamos, portanto
acordados. Criaremos nessas novas terras santas uma segunda sede que ficará sob
a responsabilidade do Cardeal Rafael e consequentemente anuncio o Patriarca de
Jerusalém agora meu novo secretário que me acompanhará até o Vaticano com todos
aqueles que quiserem ir conosco.
Durante sua estada
nessa nova terra, o Santo Padre recebeu aquele que era considerado o novo líder
espiritual para o novo tempo. Ele se tornaria o novo messias, aquele que
lideraria os homens e os conduziria para a Era do Espírito. O Sumo Pontífice
saiu daquele encontro com a certeza de que tinha feito a melhor escolha para descentralizar
a Santa Sé.
Depois de alguns dias
o Santo Padre estava embarcando de volta ao Vaticano e com ele o seu novo
secretário, o Patriarca de Jerusalém. Do Colégio Cardinalício, uma boa parte
daqueles que podiam ainda voltar, se dirigiram para as suas dioceses. Uma
pequena parte dos cardeais ficou na segunda sede criada e outra grande parte
acompanhou o Sumo Pontífice.
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